segunda-feira, abril 01, 2024

Segunda, 1 de Abril.

Tenho que reconhecer que a figura desta nova Assembleia Nacional que me surpreendeu, foi Pedro Nuno Santos. É graças a ele que o Parlamento vai poder funcionar, o Governo trabalhar e a democracia continuar. Não estava à espera de um impulso tão importante para que os órgãos de soberania trabalhassem. O homem têm-se vindo a modificar tanto, desde esses tempos em que dizia que a dívida portuguesa não era para ser paga aos alemães e por isso o PCP abria um sorriso de orelha a orelha dizendo “este é cá dos nossos”. Com o seu gesto, anulou o Chega que quase não se ouve. E também entupiu a viúva do BE e o importante historiador da nossa praça do Livre. Mantenho o meu voto de confiança em Luís Montenegro. Ambos calaram o canário de Belém. Dito isto, sei que estes dois partidos dizem praticamente a mesma coisa, operam da mesma maneira, estão na origem da maior corrupção, estiveram à vez no poder e, nestas condições, o país ficará na mesma. Não é nenhum deles que fará saltar Portugal para o progresso, continuamos com o eterno atraso de vida, a saloiice, a pequenez, o bafio ideológico, a comadrice e a pobreza franciscana. Estamos condenados a este destino que 50 anos de democracia não varreram. Somos culturalmente básicos.  

         - Eu não tenho por hábito ficar a ver televisão aos serões. Normalmente vejo o noticiário da SIC e passo para os canais estrangeiros que sempre acrescentam qualquer coisa à minha pouca cultura. Há, todavia, um programa que sempre que posso vejo: Got Talent. Ali revejo o Portugal que eu estimo e admiro. Os concorrentes, ultrapassam em muito a equipa do júri e em larga medida a maioria dos “artistas” que por aí andam a fazer toda a sorte de malabarismos para gente palerma. O talento, a virtuosidade, a segurança das raparigas e rapazes que se apresentam são, à nascença, de uma qualidade impressionante. Mas como o mercado está invadido de figuras e figurões que utilizam o jargão pornográfico para embebedar os espectadores, aqueles que são reais artistas, não conseguem impor-se varrendo da cena nacional a mediocridade abissal que por ai campeia. A responsabilidade disso é das televisões, que alimentam um clima de festa é festa, onde não cabe a arte na sua expressão mais sagrada, porque eles querem manter aquilo a que chamam o gosto do povo.