segunda-feira, março 08, 2021

Segunda, 8. 

A China é paciente, recolhida e atenta. Tem a questão de Hong Kong atravessada e não desiste de aprisionar os habitantes do país (sim, do país) de forma a reduzi-los como Salazar fez nas ex-colónias. Impôs uma nova lei de segurança nacional à sua imagem, quero dizer, obstruindo a liberdade de expressão e a participação dos cidadãos na política. Assim, é Pequim que se encarrega da triagem dos candidatos, velando que todos e cada um sejam “patriotas”. Vê-se. Ainda a semana passada a polícia carregou sobre os manifestantes pró-democracia e deteve 47 acusando-os de conspiração contra o Estado. Em que é que o comunismo difere das técnicas que nós conhecemos no tempo da ditadura salazarenta? Festejar 100 anos do PCP, sim. Sobretudo pelo muito que fez para correr com o regime obstrutivo da liberdade. Aceitá-lo no conjunto de uma democracia participativa, sim. Tê-lo a governar sozinho Portugal, não. 

         - Estou a ler A Um Deus Desconhecido e logo nos primeiros 10 capítulos, apercebo-me que as personagens com os seus nomes e vidas me são familiares. Devo ter lido este romance extraordinário de John Steinbeck na adolescência. Todavia, a narrativa da chegada de Joseph Wayne à costa Oeste dos Estados Unidos, é magistral na medida em que o escritor nos dá a força do corpo em comunhão com a terra, a natureza e um e outra possuem qualquer coisa de sensual, de excitante, de poderoso que só o talento de um grande escritor consegue traduzir. Voltar àquilo que eu um dia fiz layout para a editora Difel – “A grande literatura.”