Segunda, 18.
A tertúlia da Brasileira decaiu imenso desde os tempos áureos de antes do 25 de Abril de 1974 e nos vinte anos posteriores. Hoje não existe à parte dois ou três tipos que não podem passar um dia sem lá ir, entretidos a repetir discursos, lengalengas de caris que eles chamam de esquerda (entenda-se PCP) do mais arcaico que se possa imaginar e sem suporte ideológico e muito menos capaz de aceitar a opinião contrária. Um exemplo. Falavam dos fogos que assolam o país e tantos prejuízos têm causado e aflições a populações inteiras, remetendo para o actual Governo toda a responsabilidade, “porque Luís Montenegro não fez como António Costa que esteve ao leme nos períodos mais difíceis”. (Abro um parênteses convidando o leitor a ler o que escrevi, Sábado 16.) Disse que o camarada António Costa fez tão melhor nos fogos de 2017, em Pedrogão, que 66 pessoas morreram queimadas e centenas ficaram feridas. Resposta: “Mas isso foi outro fogo.” E lá continuaram a defender o patrão. Então perguntei: “Quer dizer que há fogos maus para Costa e bons para Montenegro?” É esta qualidade de conversa que ali se desfruta. Não quero consumir o meu precioso tempo neste roçago inútil, daí que tenha espaçado e muito as idas ao Chiado.