Quarta, 6.
Ontem o dia e a noite foram insuportáveis. Foi para mim o segundo mais quente e sufocante desta série de dias de altas temperaturas. Apesar de dormir de janela aberta, nem por isso tive um sono calmo e duradouro.
- Oleg veio trazer-me a caleche. É mais um ucraniano honesto e competente a somar aos muitos que por aqui têm passado com particular saudade pelo Roman que Deus o tenha no eterno descanso. Quanto lhe devo, perguntei. Nada. Em que mundo vivo eu?
- Como se previa, o autócrata desprezível Netanyahu, amantizado com Trump e muitos outros políticos hipócritas, vai expandir o seu naco de terra para a Faixa de Gaza, numa apropriação criminosa que espero os países decentes se oponham. Tal como tem vindo a fazer na Cisjordânia, aí irão nascer colonatos de luxo à beira-mar para americanos ricos, seguindo a cartilha do rei do mundo.
- Há outro criminoso que se quer apoderar de território ucraniano – Vladimir Putin. O prazo dado pelo soba americano para entrar em negociações de paz, termina sexta-feira se o dito cujo cumprir a palavra o que não é certo, nem tem sido. Perante a incógnita, o exército russo devasta zonas importantes de forma a ficar com o quinhão maior. Os oblates de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijjia quer o ditador anexar à Rússia. Se tal acontecer ou o rufia ceder, é uma derrota para um povo digno que se soube bater pela defesa e integridade da sua pátria. Espero, também aqui, que o mundo se una contra esta enfiada de espúrios que hoje exercem o poder.
- Recorda-se hoje os 80 anos do lançamento das primeiras bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasáqui. Há quem tente desculpar os seus autores atendendo à personalidade e política de Josef Estaline. Nesse grupo não me encontro eu, porque não esqueço os 240 mil japoneses reduzidos a cinzas e quem se atreveu a tamanho horror. O Japão, esse país onde o bom-senso impera sobre o assunto, tem sido um exemplo de honorabilidade para a Comunidade Internacional e a hipocrisia dos EUA no tocante à difusão das armas nucleares. “A base para alcançar um mundo sem armas nucleares é a compreensão correta do facto da bomba atómica”, disse o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, acrescentando: “Liderar a comunidade internacional para alcançar um mundo sem armas nucleares é a missão do Japão como único país que sofreu a bomba atómica na guerra e que aplica os três princípios não nucleares” a saber: não produzir, não possuir e não permitir armas nucleares no seu território.