domingo, agosto 31, 2025

Domingo, 31.

Às quatro da manhã despedi-me dos meus amigos. Voltei ao vale dos lençóis para acordar pelas oito e escutar a casa mergulhada num silêncio sepulcral. Depois de uma semana envolvido num vendaval de vozes, movimento, desordem senti que o vazio se instalava com dificuldade. Uma parte da manhã foi dedicada a repor a ordem, a recolocar nos sítios aquilo que os objectos sem o exprimir acham ser os lugares que lhes pertencem. A seguir veio o começo da rotina, essa arma com dois bicos, que tanto nos serve como nos gruda ao bocejo. Cerca do meio-dia tinha voltado o silêncio e achava-me de retorno aos circuitos pedestres, automobilísticos, à azafama que enche as horas porque os circuitos sensíveis não podendo parar entregam-se a uma qualquer forma de quotidiano  que dê expressão e continuidade à vida. 

         - Enquanto isso, em Gaza a guerra não tem tréguas. Não há uma alma que suspenda o ódio e a vingança de Netanyahu e da sua equipa assassina que banalizou a morte e fez dela um negócio rentável. O líder dos houthis do Iémen foi morto com mais uns quantos ministros num ataque aéreo levado a cabo por Israel. Assim como, foi assassinado a tiro o presidente do Parlamento de ucraniano, Andrii Parubil. São os dois lados de um mundo que se vai preparando para o pior. Eu não temo por mim, mas por todos os jovens que serão envolvidos numa guerra sem vencedores nem vencidos. 

         - Na Libéria, após meses de tensão, os manifestantes pró-presidente do Parlamento acusado de corrupção, deitaram fogo ao edifício. Os tumultos duram há semanas e são a expressão de descontentamento que grassa por todo o lado. 

         - Não sei como, tenho a piscina belíssima, água limpa e cristalina, temperatura fabulosa. É para lá que vou, depois de apor estas linhas diante dos olhos dos meus leitores.