segunda-feira, julho 28, 2025

Segunda, 28.

Um ilustre leitor do Público, de seu nome José Cavalheiro, em carta enviada ao jornal: “Gaza está a tornar-se a reincarnação de Auschwitz, cuja memória indelével julgava impossível ver reavivada desta forma.” 

         - Por falar no bicho. Há dias o Público trazia em letras gordas na capa frontal: “Ministério Público abriu cinco mil inquéritos por stalking (será que queria dizer perseguição?) em cinco anos.” No melhor pano cai a nódoa. 

         - O mundo não precisava de mais uma guerra. Mas como a ganância está ao rubro e há um Trump que pretende a todo o custo ganhar o Prémio Nobel da Paz, eis que mais um conflito deflagrou entre a Tailândia e o Camboja. Cento e trinta e tal mil tailandeses com casas perto das duas fronteiras já deixaram o país, uns quantos morreram. O ponto da discórdia, está no desacordo secular do traçado da fronteira com mais de 800 quilómetros. Donald Trump esfrega as mãos de contente, a hipótese do Nobel está mais perto. 

         - Por cá, país pequenino, gerido por políticos minúsculos, o tema é o mesmo que permitiu a vitória estrondosa de Trump e a derrota esmagadora dos democratas: o sexo, mais concretamente a identidade de género e a imposição do orgulho gay com a sigla modernizada de LGBTQIAPN+, isto é, gays, lésbicas, queer, bissexuais, transsexuais, intersexuais, assexuais, pansexuais e por aqui me fico porque a minha cabeça ficou desorientada com tanta modernice idiota. Melhor fora que todas e todos se limitassem a praticá-lo, em vez de o leiloarem nas ruas em gritinhos estridentes. Dizia-me uma antiga presidente da Câmara de Cascais a este propósito: “Ninguém tem que se imiscuir no que duas pessoas fazem dentro das quatro paredes do seu quarto.” As esquerdas, particularmente, o BE e o Livre, agarram-se a todo o custo para impor novas doutrinas de sexo e género, como se o ser humano decidisse ser (ou não) homo ou herero a partir dos ensinamentos da escola. Julien Green que nunca escondeu a sua homossexualidade, dizia que esta é um mistério. Se assim é, como podem os dirigentes partidários dar corpo a algo que desde a nascença está inscrito no cromossoma de cada um de nós? A liberdade e a escolha que cada um faz, é da sua inteira responsabilidade. O que eu queria era viver num país culto, com valores cívicos e morais sólidos, com respeito pela identidade de cada um, deixando à escola o trabalho da liberdade e da curiosidade, sem abordagens levianas e ideológicas. Mas basta ver o que as televisões oferecem aos jovens como programação e preparação para a vida, para se perceber que o desafio entre elas e a escola, é tarefa impossível. O desalinho entre umas e outra é tal, que aquelas tomarão a dianteira como se tem visto e vê. Se a isto se somar a praga informativa das redes sociais, temos um quadro difícil para os docentes. Perguntar-se-ão e o papel da família? Cala-te boca. E o papel da Igreja? Leiam o que escrevi sobre a missa de domingo em Alcochete. 

         - Já está anunciada em França, a publicação para Novembro do quarto volume de Toute ma Vie de Julien Green. Espero adquiri-lo em Paris onde conto estar nessa altura.