Sábado, 26.
Vivi de fiado esta manhã no mercado dos pequenos agricultores. Esquecida em casa a carteira, logo as duas habituais vendedeiras a quem eu dou nomes todos os sábados com a obrigatoriedade de lhes oferecer uma prenda no Natal e amêndoas na Páscoa, prontificaram-se de imediato a fornecerem-me o necessário para a semana. Num bocado de papel pedi-lhes que escrevessem o montante em dívida, e tanto uma como a outra, assinou com o seu nome: Maria Alzira e Rosinda. A ver se fixo estas progénies de forma a economizar nas duas quadras natalícias...
- Estiveram aí o Nilton e o Johnson ainda a ocupar-se da piscina. Estou decidido a deixar cair as natações caseiras e diárias, porque perdi a paciência com os lordes que se ocupam deste metier por aqui. Estes amigos não se resignam à minha decisão, e tornaram a pegar no assunto e o Nilton queria que eu esvaziasse a piscina para que ele a limpasse como dever ser. Recusei. A água é um bem precioso que não devemos esbanjar como facilidade pessoal e egoísta. De modo que concordei voltar a programar a bomba para trabalhar de noite durante a próxima semana, e sábado que vem o Nilton cá escovar a piscina.
- Todavia, o dia foi movimentado para um homem só. Alvorada pelas 6 horas e trinta minutos para regas após o pequeno-almoço; depois fui ao Pinhal Novo ao mercado, de seguida ao Continente, no regresso fiz o almoço e a seguir quatro frascos de compota de morango. No meio desta trapalhada toda, houve que assistir aos amigos, com ida a Setúbal para comprar uma lata de tinta. Nilton só daqui sairá pelas nove da noite.
- Tudo isto sob calor insuportável. O termómetro tocou os 37 graus e, embora a casa estivesse de portadas cerradas, a frescura quase não se sentia. Para amanhã prometem-nos mais do mesmo. Mas o que é isto quando confrontado com o enorme sofrimento humano na Faixa de Gaza, onde Netanyahu mata à fome centenas de crianças? Ele culpa o HAMAS, como se os terroristas andassem por todo o lado à superfície da terra sem que o exército israelita os topasse. Macron, distinguindo-se dos demais políticos europeus, vai às Nações Unidas reconhecer o Estado da Palestina. Trump responde praticamente dizendo que Macron é um palerma e o seu gesto não tem importância nenhuma. É este o mundo actual. Os criminosos governam metade dele, a outra metade amocha. O facto é que cresce por todo o lado o antissemitismo e há mesmo quem comece a dar razão a Hitler. A um horror, sobrepõe-se outro.
| Terna foto, como uma imagem que se venera em oração. |