terça-feira, março 22, 2022

Terça, 22. 

No melhor pano cai a nódoa. O ministro dos Negócios Estrangeiros que se distinguia como um dos melhores da equipa de Costa, anunciou alterações às emissões de certificados de nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas. Até aqui tudo bem. É mais que justa a alteração, sobretudo tendo em conta o favorecimento ao oligarca russo (ele já tem três nacionalidades), senhor  Roman Abramovich. Mas... (com António Costa há sempre um mas) esta nova mexida não atinge aquele capitalista. Dá para entender? Entende-se muito bem, oh sim! Entre nós há que defender os interesses económicos de advogados, consultores, bancos e serviços. O senhor Abramovich é um entre centenas. E Costa não é Boris Johnson. Infelizmente. 

         - Os ataques criminosos à Ucrânia parece estarem-se a intensificar. Bombardeamentos indiscriminados a hospitais, maternidades, prédios de habitação, o teatro de Mariupol, uma ou outra igreja, grandes vias. A guerra já praticamente entrou na capital e pergunta-se porque razão não está o país reduzido a cinzas, sabendo-se da diferença abissal entre Golias e David. A resposta não é só uma, mas todas elas banham Putin na derrota, na barbaridade e na indiferença do ser humano que conta muito pouco para o ditador. Opor um homem com estas características aos Estados Unidos, é possuir uma dose excessiva de fanatismo e querer fazer recuar o mundo para os tempos pré-históricos, sinistros, aterradores, que foram os de Hitler, Estaline e a Guerra Fria. Putin há muito que se sabia era um homem perigoso, sem palavra, obcecado, fanático, megalómano. Se pensarmos que a NATO foi organizada com a participação do alcoólico Boris Ieltsin, que assinou, inclusive, em 1997, o “Acto Fundador”! Putin, além do seu trabalho de toupeira no KGB, soube tirar do então Presidente da Rússia, um homem débil, fraco, que governou a Federação Russa quase sempre alcoolizado, temos a matriz daquele que lhe sucedeu. Diga ele o que disser: a verdade é que ninguém atacou a Rússia, mas Putin que acordou czar decidiu invadir a Ucrânia, um país de gente boa, trabalhadora, que ama as artes e o seu país. 

         - Segundo as Nações Unidas, o conflito já provocou mais de 3,2 milhões de refugiados e a morte de para cima de 200 crianças, 816 mortos e 1333 feridos civis. Mas estes números são o que são. Nada se sabe ao certo e muito menos quantos soldados pereceram de um lado e outro da guerra. 

         - Prevendo que Putin (como eu penso também) não se vai ficar pela Ucrânia, a Estónia, Letónia e a Lituânia expulsaram em conjunto vinte diplomatas russos dos seus territórios.  

         - Eu sou extremamente sensível à amizade. Daí que, ao cabo de muitos telefonemas (para casa e portável), aceitei encontrar-me com o João, deixando claro que não podia haver discussão sobre a invasão na Ucrânia – e ele cumpriu. Assim abancámos na Confeitaria Nacional para um almoço que decorreu muito simpático e agradável, ajudando-me mesmo a levantar o moral que trago muito em baixo devido ao desaparecimento da minha irmã. O Carlos Soares apareceu mais tarde e a conversa a três sobre arte romana de que o nosso amigo conhece todos os meandros, foi curiosa não estando eu nem sempre de acordo com ele, sobretudo no que nela aferrou dos gregos.