sexta-feira, março 25, 2022

Sexta, 25.

Os que podem fogem, os que estão fora recusam-se a entrar – este é o retrato dos ditos oligarcas. Até o pavoroso Chubais, que ajudou Putin a implementar as privatizações, nos anos 1990, raspou-se. O povo respirou de alívio – odiava-o. 

         - António Costa deu-nos a conhecer a desolação do seu Governo. Aquilo é uma roda de bajuladores ao jeito do socialista que adora ter quem lhe engraxe as botas todas as manhãs. Aquela de compensar o camarada autarca com o cargo das Finanças, ele que deixou a Câmara de Lisboa num desastre financeiro e obteve favores na compra da casa que habita, não lembra ao tinhoso. Ainda que o arrogante ditador que gere a TAP fique entalado nos carris dos comboios, vá que não vá. De tudo aquilo, só dou o meu aval à ministra Marta Temido, a Maria Vieira da Silva e dúvidas a António Costa e Silva na pasta da Economia e do Mar. Globalmente, Portugal, apesar dos mil milhões de esmolas da UE, vai continuar a marcar passo, a pobreza a aumentar, a cultura a diminuir, o fosso entre ricos e pobres a crescer, os instruídos e analfabetos a prosperar, muita contestação nas ruas, o país eternamente adiado. De todos os futuros governantes, aquele que é o protótipo do que acabo de afirmar, é Pedro Adão e Silva. Foi-lhe conferida a pasta da Cultura! Como? Com que bases, experiências, gostos? O seu esplendor foi milimetricamente calculado: televisão, prosazinhas em jornais, participações em debates, elogios ao patrão de Norte a Sul, até à nomeação no grupo dos democratas que saudarão os 50 anos da democracia. Brrrrrrr! 

         - Ainda mal começaram a trabalhar, já a guerra na Ucrânia os protege dos aumentos que a pouco e pouco se vão instalando por todo o lado e afirmam ser inevitáveis. Primeiro, vangloriaram a globalização, através da qual a vida quotidiana iria ser suave e repartida por todos; depois, desviaram o olhar da corrupção que desvairou com tanto dinheiro à mão de semear e fez dos chicos-espertos milionários; aqui como por essa Europa fora. Pagava-se para que os portugueses abandonassem os campos, deixassem de produzir cereais, pastagem para gado, legumes, leite, enfim, produtos sazonais e autóctones; o país era feliz com os produtos vindos de fora, em abundância e pagos com o dinheiro dos nossos impostos; cada português tinha o seu carrito-trono e pavoneava-se pelas auto-estradas de braço de fora, cabelo ao vento, ar de rico do Brasil, embora o depósito levasse de cada vez 10 euros. Os nossos políticos eram os mais felizes dos cidadãos que prometeram em eleições pouco concorridas defender no cubículo de Bruxelas. Forma de falar: em verdade limitaram-se, vergados, a aceitar o que os grandes países impunham. Hoje, com a Rússia assanhada, prometem reequacionar as políticas económico-financeiras, refazer a Europa mais independente, mais abastecida dos seus próprios produtos e necessidades. Too lat.     

         - Veio aí pedir-me 100 euros emprestados dizendo que mos devolve daqui a quinze dias. Fui ao Multibanco por eles e quando lhe passei para as mãos as notas, agradeceu e diz-me que daqui a um mês, mês e meio liquidará a dívida. Não conto mais com o dinheiro. Finalmente ele ajudou-me muito quando aqui cheguei e a soma é para construir o seu mausoléu. Que Deus permita o tenhamos por mais (pelo menos) dez anos de convívio. Curiosa a sensação de felicidade, de leveza que senti logo que ele deixou o portão.