quinta-feira, setembro 10, 2020


Quinta, 10.
Afinal, aquilo que eu pensava ser uma nuvem de produtos químicos que o meu vizinho largava na vinha, era a máquina diabólica que podou em quatro dias estes hectares de vinhedo. Lá se foi o meu sonho de ver pela manhã cedo um rancho de moçoilas e moçoilos a vindimar, cantando velhas canções, lobrigando o horizonte como borboletas adejando um tempo que dentro de mim teima em não morrer.

- Enfim, esta tarde, tivemos a confirmação que Ana Gomes disputará a Presidência com Marcelo Rebelo de Sousa. É corajoso da sua parte, mas sobretudo um enorme contributo à democracia.

- O ciclo dos patetas em que se transformou esta geração, continuou com uma rapariga que por muito que a instrutora lhe explicasse as regras técnicas da instrução, não havia meio de compreender. Às tantas diz-lhe a monitora já sem paciência: “Mas será que eu não falo português!” Pelo que entendi, a aprendiz não percebia a diferença entre código e condução. Olhava para a instrutora de um modo bizarro, parecendo que escutava chinês língua que não pescava patavina. Ao cabo de muito palavreado, a rapariga partiu. Logo a funcionária voltando-se para mim: “Está a ver isto! Esta gente nem português sabe! E isto que o senhor assistiu, é a mínima parte do que eu passo com esta malta nova! São nhurros até à quinta casa, possa!”

- O João é conforme estão os seus olhos. Já me comparou de aspecto aos alemães e outro dia disse que eu era parecido com Emmanuel Macron. Cruzes!