Domingo, 6.
Devido à pandemia da Covid-19, perdi certos hábitos: ir à missa
na igreja dos Navegantes, tomar a bica todos os dias no café, frequentar certos
locais como o sumptuoso mercado do Livramento, Setúbal, voltas quinzenais pelos
brocantes, etc. Talvez não seja por medo de me cruzar com o coronavírus, mas
para não passar por certas cenas que traduzem aquilo que o João Corregedor me
disse um dia: “O português tem mau carácter.”
- Rui Pinto
começou a ser julgado pelas boas acções que fez em prol da decência, da moral deste
e de muitos outros países. Na verdade, quem está sentado no banco do tribunal,
é o país que é Portugal e, sobretudo, os seus governantes, o sistema; a turba
de dirigentes desportivos, de gestores públicos e privados, e de toda essa arraia
miúda que se esconde atrás das leis feitas à medida das confrarias
políticas.
- A Festa do Avante chega hoje ao fim.
Jerónimo de Sousa, contrariamente ao que é tradicional no PCP, atacou forte e
feio o Presidente da República. Este como milhares de portugueses não concorda
com o acontecimento embora, diga-se em abono da verdade que me foi dado ver
através da TV, as regras de higiene estivessem a ser cumpridas à risca. A
disciplina revolucionaria ainda é o que era neste recanto à beira-mar plantado.
Jerónimo, bem vistas as coisas, é o mais equilibrado de todo o Comité Central. Julgo
que por ele não teria avançado o projecto.
- Este século e particularmente este
ano, vai ser identificado do ponto de vista visual, social e histórico pela máscara
que todos os povos trazem por esse mundo fora para se protegerem do coronavírus
chinês.