sexta-feira, janeiro 23, 2015

Sexta, 23.
Anseio que o Syriza ganhe com vantagem as eleições na Grécia. Não é que espere milagres, mas desejo pôr à prova a equipa de Bruxelas. De facto, ao fim de tantos anos a fazer dos cidadãos cobaias para todo o tipo de experiências sociais e liberais, é tempo de os gregos dizerem basta. Negociar a dívida e, sobretudo os juros da dita, é não só possível como é também um acto moral. Adoraria que na sequência do que imagino poderá acontecer, o país deixasse o euro. Seria paradoxal que o lugar onde a democracia nasceu saísse da UE e deixasse a porta escancarada para que outros países seguissem o exemplo e reconquistassem a liberdade plena.

         - Os russos não desistem. Os combates só afrouxaram nas páginas dos jornais correndo atrás das notícias sensacionalistas que melhor vendem. Só ontem ocorreram mais 40 mortes e o aeroporto de Donstsk que tinha sido conquistado pelo ucranianos voltou às mãos dos separatistas na forma de uma cratera onde não pode aterrar nenhuma aeronave. É um símbolo. Um símbolo da violência, do despotismos, das lutas viscerais entre potências, um desafio à paciência internacional, um cemitério.

         - Já tínhamos a eléctrica chinesa, temos agora as comunicações francesas. Somos, afinal, um país para esfomeados de riqueza. Aqui encontra o grande capital todas as disposições para viver à grande, explorando o esforço nacional e retirando das suas dores o sugo que alimenta todos os delírios: quero mais, mais, mais... Entretanto, aqueles que desfizeram as empresas com negócios ruinosos, compadrios e corrupção, receberam milhões de indemnização e vivem satisfeitos admirando a sublime arte do roubo.  


         - O secretário de Estado norte-americano, jubila com “a morte de metade da liderança do Estado Islâmico”. Coitado. É manifesto que são os tipos da Daech que, semeando o pavor pela Europa, ganharam já o lugar de primazia política. Os americanos não aprendem e a Europa anda de gatas seguindo-lhe o suicídio. O pobre Hollande parece que subiu uns degraus na popularidade que tanto perseguia, mas está cego. Ele e todos os dirigentes que governam o velho continente e a América, não vêem os destroços que se amontoam por todo o lado como a cegueira não deixou ver aos romanos o lento ruir do seu império.