Sexta, 23.
Anseio
que o Syriza ganhe com vantagem as eleições na Grécia. Não é que espere
milagres, mas desejo pôr à prova a equipa de Bruxelas. De facto, ao fim de
tantos anos a fazer dos cidadãos cobaias para todo o tipo de experiências
sociais e liberais, é tempo de os gregos dizerem basta. Negociar a dívida e,
sobretudo os juros da dita, é não só possível como é também um acto moral. Adoraria
que na sequência do que imagino poderá acontecer, o país deixasse o euro. Seria
paradoxal que o lugar onde a democracia nasceu saísse da UE e deixasse a porta
escancarada para que outros países seguissem o exemplo e reconquistassem a liberdade
plena.
- Os russos não desistem. Os combates
só afrouxaram nas páginas dos jornais correndo atrás das notícias sensacionalistas
que melhor vendem. Só ontem ocorreram mais 40 mortes e o aeroporto de Donstsk
que tinha sido conquistado pelo ucranianos voltou às mãos dos separatistas na
forma de uma cratera onde não pode aterrar nenhuma aeronave. É um símbolo. Um
símbolo da violência, do despotismos, das lutas viscerais entre potências, um
desafio à paciência internacional, um cemitério.
- Já tínhamos a eléctrica chinesa,
temos agora as comunicações francesas. Somos, afinal, um país para esfomeados
de riqueza. Aqui encontra o grande capital todas as disposições para viver à
grande, explorando o esforço nacional e retirando das suas dores o sugo que
alimenta todos os delírios: quero mais, mais, mais... Entretanto, aqueles que
desfizeram as empresas com negócios ruinosos, compadrios e corrupção, receberam
milhões de indemnização e vivem satisfeitos admirando a sublime arte do roubo.
- O secretário de Estado norte-americano,
jubila com “a morte de metade da liderança do Estado Islâmico”. Coitado. É manifesto
que são os tipos da Daech que, semeando o pavor pela Europa, ganharam já o
lugar de primazia política. Os americanos não aprendem e a Europa anda de gatas
seguindo-lhe o suicídio. O pobre Hollande parece que subiu uns degraus na
popularidade que tanto perseguia, mas está cego. Ele e todos os dirigentes que
governam o velho continente e a América, não vêem os destroços que se amontoam
por todo o lado como a cegueira não deixou ver aos romanos o lento ruir do seu
império.