segunda-feira, janeiro 26, 2015

Segunda, 26.
Não chegou à maioria, mas quase. O Syriza de Alexis Tsipras pode vir a fazer muito pela Grécia e por outros países, embora a frente dos conservadores tudo fará para lhe travar o passo. Seja como for abre-se uma esperança para que os gongóricos que estão apegados ao poder e são sempre os mesmos por essa Europa fora, possam vacilar no momento em que virem a sua arrogância e propostas unilaterais postas em causa por um país que eles dizem periférico e que tão mal trataram nestes últimos anos. Eu sei, eu sei que o rato procura o queijo onde ele se encontra. E a sede de protagonismo nesta gente é tal que sofrem com a sombra dos dias mesmo encostados a uma reforma dourada. Ávidos de protagonismo, não hesitam em tagarelar numa qualquer estação televisiva, desde que a sua figura de figurões não saia dos palcos festivaleiros. Afinal, a experiência diz-nos, ela é sempre uma porta entreaberta para um tacho inopinado e saboroso. A ver vamos se a porta da liberdade se escancara para outros povos moribundos pela austeridade, que criou muitos mais ricos, meia dúzia dos quais detêm tanto como metade do planeta.  


         - Evidentemente, à pala da vitória da esquerda grega, perfilam-se entre nós os aproveitadores com discurso para iludir os paspalhós. António Costa que é fracamente árido, foi o primeiro a levantar a âncora do populacho. Fingindo desconhecer que o PASOK já só precisa de uma trotineta para levar a multidão de fãs (teve 4,68% de votos), adiantou-se com um discurso europeu que sempre o seu partido mais o CDS, o PSD ignoraram. Esquece o  putativo primeiro-ministro que foi a esquerda que os gregos elegeram e até a esquerda radical, fartos dos mesmos, com a mesma lengalenga, o mesmo alinhamento com os Estados Unidos, o FMI, o grande capital, a corrupção e essa instituição obscura do conluio. Falemos claro. Entre nós o único partido que devia ascender a idêntica proeza, seria, será o Partido Comunista. Pela simples e audaz razão: sempre foi coerente, não se conhece nele gatunagem, de uma forma geral gere bem as autarquias e nunca esteve de acordo com a troika.