Sexta, 4.
Suponho que foi o primeiro-ministro
húngaro, Victor Orbán, que invocou “as raízes cristãs da Europa” para combater
a multidão de muçulmanos que lhe batem todos os dias à porta. Ele admite fazer
entrar alguns, mas em primeiro os cristãos. Ora, se ele é cristão, não parece.
Um católico não pode desconhecer que a revelação que perdura depois de dois mil
séculos, e foi a grande mensagem que derrubou fronteiras, a Verdade que
atravessou os corações e chegou até nós intacta, foi a do Amor. Por isso, não
pode substituí-la ao registo imposto pela UE, como não pode pôr acima da
solidariedade cristã nenhuma religião, condição social ou escolha sexual. A
raiz da Europa é a liberdade, consolidada na matriz social cristã, que nos
irmana a todos como irmãos. Foi preciso duas crianças darem à costa, mortas,
para que o mundo se indignasse e fizesse o trabalho que compete aos políticos. Estes
que diziam ser os infelizes a fugir da guerra e da fome, aqui chegados
apelidados e tratados como “peste”, não são afinal senão vítimas das suas
políticas, dos seus interesses e dos seus delírios megalómanos. A Itália e a Grécia,
apesar da crise e dos brutos do Eurogrupo, nunca desistiram de ajudar os pobres
infelizes que lhe chegam por mar.
- Foi confirmada pela UNESCO o derrube de mais um monumento em Palmira
pela Daech. Antes porém, para financiar a guerra brutal que mantêm em várias
frentes, os barbudos selvagens, vendem o recheio, isto é, estátuas, bustos,
qualquer peça que consiga ser transportada e adquirida pelos gananciosos homens
de negócios americanos e europeus. As obras de arte, o petróleo, e tudo o que
possa se transformado em armamento serve ao auto-denominado Estado Islâmico. O
problema é este: alguém os mantém, alimenta o delírio de sangue, apropriação de
cidades e vilas. Como se viu na “libertação” americana do Iraque quando o
principal e histórico museu de Bagdad foi assaltado, pouco tempo depois, um
museu de Nova Iorque exibia os troféus do roubo. A pessoa que nunca revelou
onde foram escondidos muitos dos tesouros da rainha Zenóbia e por isso foi
decepado pelos criminosos jihadistas, foi Khaled al-Assad. Que Deus o tenha em Sua
companhia.
- A alguns dos pretensiosos e saloios gestores nacionais , por não haver
palavra portuguesa que lhes enfeite mais e mais o ego, passaram a designar-se
de CEO. Não tarda, temos Cavaco Silva assim apresentado: sua excelência-professor-doutor-presidente-ceo
Anibal Cavaco Silva.