sexta-feira, setembro 04, 2015

Sexta, 4.
Suponho que foi o primeiro-ministro húngaro, Victor Orbán, que invocou “as raízes cristãs da Europa” para combater a multidão de muçulmanos que lhe batem todos os dias à porta. Ele admite fazer entrar alguns, mas em primeiro os cristãos. Ora, se ele é cristão, não parece. Um católico não pode desconhecer que a revelação que perdura depois de dois mil séculos, e foi a grande mensagem que derrubou fronteiras, a Verdade que atravessou os corações e chegou até nós intacta, foi a do Amor. Por isso, não pode substituí-la ao registo imposto pela UE, como não pode pôr acima da solidariedade cristã nenhuma religião, condição social ou escolha sexual. A raiz da Europa é a liberdade, consolidada na matriz social cristã, que nos irmana a todos como irmãos. Foi preciso duas crianças darem à costa, mortas, para que o mundo se indignasse e fizesse o trabalho que compete aos políticos. Estes que diziam ser os infelizes a fugir da guerra e da fome, aqui chegados apelidados e tratados como “peste”, não são afinal senão vítimas das suas políticas, dos seus interesses e dos seus delírios megalómanos. A Itália e a Grécia, apesar da crise e dos brutos do Eurogrupo, nunca desistiram de ajudar os pobres infelizes que lhe chegam por mar.  

         - Foi confirmada pela UNESCO o derrube de mais um monumento em Palmira pela Daech. Antes porém, para financiar a guerra brutal que mantêm em várias frentes, os barbudos selvagens, vendem o recheio, isto é, estátuas, bustos, qualquer peça que consiga ser transportada e adquirida pelos gananciosos homens de negócios americanos e europeus. As obras de arte, o petróleo, e tudo o que possa se transformado em armamento serve ao auto-denominado Estado Islâmico. O problema é este: alguém os mantém, alimenta o delírio de sangue, apropriação de cidades e vilas. Como se viu na “libertação” americana do Iraque quando o principal e histórico museu de Bagdad foi assaltado, pouco tempo depois, um museu de Nova Iorque exibia os troféus do roubo. A pessoa que nunca revelou onde foram escondidos muitos dos tesouros da rainha Zenóbia e por isso foi decepado pelos criminosos jihadistas, foi Khaled al-Assad. Que Deus o tenha em Sua companhia.


         - A alguns dos pretensiosos e saloios gestores nacionais , por não haver palavra portuguesa que lhes enfeite mais e mais o ego, passaram a designar-se de CEO. Não tarda, temos Cavaco Silva assim apresentado: sua excelência-professor-doutor-presidente-ceo Anibal Cavaco Silva.