sexta-feira, setembro 11, 2015

Sexta, 11.

Para ser franco, não era minha intenção ver o debate do século a que se associaram três canais de televisão em simultâneo. Acontece que a 2 francesa alterou o que estava anunciado anulando assim a minha origem “pequeno-burguesa” no dizer do Couto quando me telefonou pelo meu aniversário. Eu sabia que daquelas cabeças não vinha nada de novo e muito menos de substancial e, nessas circunstâncias, preferia acrescentar algo aos meus conhecimentos sobre Amélie d´Orléans. Quanto ao debate que acabei por ver aos solavancos, verifiquei que os temas são sempre os mesmos e que nenhum dos partidos que dirigem o país há quarenta anos os resolveu. Somos um povo parado no tempo, governado por uma corja de indivíduos bizarros, por uma informação sem nível nem qualidade, subserviente e cerimoniosa, que ajusta o debate de acordo com os seus interesses e medos. Costa ou Coelho é o mesmo prato rançoso, embora a minha preferência se incline para Passos Coelho que, sendo igual, há, contudo, nele algo de diferente no modo de ser, de estar, de governar. O mais coerente de todos é o PCP e, pelo menos no meu romance, os portugueses puseram de parte os medos e deram-lhe o número de votos indispensáveis para formar governo.