sexta-feira, setembro 08, 2023

Sexta, 8.

Tomemos o essencial, apenas o essencial. Edgar Morin passou por Lisboa e deixou uma série de avisos que devemos reter. Aos 102 anos, fresco de espírito embora um pouco vacilante no andar, falou sobre nós, sobre o estado do mundo, que diz ir deixar “em pleno suspense histórico”. Segundo ele, “navegamos num imenso oceano de incertezas, onde existem apenas pequenas ilhas para nos irmos reabastecendo”. Falando de imprevisto, sem deixar o humanista que o consagrou, reafirmou: “O humanismo significa o respeito e a consideração que qualquer ser humano merece. O humanismo significa também que temos de reconhecer a humanidade na sua unidade, apesar da sua imensa diversidade.” Falando dos regimes totalitários tentaculares que alargam pela força e captam para si a liberdade absoluta que extorquem aos seus povos: “A China dispõe hoje de meios tecnológicos que lhe permitem controlar cada indivíduo e toda a sua vida, através do telemóvel, da Internet, do reconhecimento facial, transformando-se num Estado de absoluta submissão neototalitária.” E chamou os bois pelo nome: a Rússia, certos países da América Latina, a Turquia que se escondem sob a capa da democracia. No que toca à China, digo eu, apesar da bota cardada sobre o seu povo, não evitou que este, destemido, tivesse saído á rua quando do confinamento obrigatório no período da Covid-19. Xi Jinping foi obrigado a ceder ante a turba chinesa a bater-se pela liberdade. Morin teme pela ascensão da guerra como todos nós que não aprovamos a invasão da Ucrânia. “Por isso, diz o centenário escritor, uma escalada que aumente o risco de degenerar e de se generalizar num novo tipo de conflito mundial, para o qual seremos arrastados.” 

         - O homem da esquerda do PS, o arrogante ex tudo e mais alguma coisa, para preparar a rentrée pessoal e ocupar o lugar de Costa, vai fazer-se comentador na SIC. Ele e a queque do BE. Esta mina de comentar o que não tem interesse nenhum, espécie de blá-blá-blá doentio, que enche o comentário de todas as estações televisivas, mais não é que acordos pessoais para catapultar a cargos que de outro modo não conseguiam ocupar. Marcelo formou-se lá e António Costa e o Paulinho dos... e passo. Acontece que as grandes personalidades não precisam de se vergar à tribuna e ao dinheiro que ela dá. Alguns exemplos: José António Seguro, Passos Coelho, Adalberto Campos Ferreira, José Luís Carneiro, entre outros (pouquíssimos mais). Eu nunca votei em nenhuma das vedetas da banha da cobra televisiva, nem votarei.