segunda-feira, setembro 25, 2023

Segunda, 25. 

O mundo hoje não é sítio onde se possa encontrar felicidade. Foi tudo corrompido por valores relacionados com a avareza, a corrupção, a ambição, o alheamento do outro, a maldição da precariedade dos sentimentos, a desonestidade, a indiferença à pessoa que sofre, é marginalizada, não conseguiu aproximar-se dos padrões hoje concomitantes com a razia efémera que ficou institucionalizada e faz do analfabeto uma personagem brilhante, um chico esperto admirado pela plebe. O mundo dos nossos dias, está dividido entre bestas e chicos-espertos. Todos os valores morais, éticos, religiosos, perderam o sentido abalroados por confissões sem regras, sem tratados, sem origem nem princípios básicos de conduta humana. Estreitaram-se as razões. Hoje os partidos tendem a diluir-se, arrebanhados em duas directrizes: direita ou estrema-direita e esquerda ou estrema-esquerda. Depois como nos cocktails, pode entrar um pouco disto e daquilo desde que a barreira que demarca as posições não seja alterada. A merda dita ideológica perdeu a essência em favor da estratégia, dos interesses económicos, das cliques choldras que tomaram contam disto tudo. Foi tudo delimitado por baixo, quanto mais vulgar, primário, colectivo, melhor. As ilhas sociais e humanas, de conhecimento e ponderação, foram invadidas pelo entulho - estão submersas num imenso mar de caos e lodo. Pessoalmente, para sobreviver, deixei de ver telejornais e de escutar os pareceres subornados ou partidários dos locutores hoje chamados jornalistas. A casa que já era silenciosa, passou a ser insonorizada. Que bem que aqui se está!  Que o diga a Maria José que ontem saiu daqui às dez da noite, beatífica.