Quarta,
21.
António
Costa não tem estofo para o actual momento nacional. A esquerda, enfim, em
vantagem, exigia alguém com capacidade de decisão, convicção e pouco agarrada à
filosofia política que tem pautado gerações pós-25 de Abril. As ovelhinhas
socialistas também não perceberam o que se passou nas últimas eleições e,
agarrados à rotina da alternância, não entenderam que ou seguram a chance ou
vão perder a oportunidade de provarem que são capazes de fazer melhor ligados
por um cordão como nunca foi possível beneficiar. Costa só pensa nele e nas suas ambições. A
verdade é que a história não dá segunda oportunidade. O Portugal dos pequeninos
é hoje uma choldra que a todos entretém em noites e dias de patuá ou uma
“mestificação” para falar o português do primeiro-ministro.
- Por aqui, uma nova lei, retoma a
moda da minha infância: a dos ditados. As crianças vão ser obrigadas a aprender
como nós aprendemos e parece que o método é muito mais eficaz que as tendências
“revolucionárias” dos últimos tempos, quero dizer um ditado por dia. Os
próprios alunos acham que aprendem melhor a não dar erros ortográficos. Bem
cantava o saudoso António Mourão: Ó tempo
volta p´ra trás...
- Na santa terrinha, governada por
analfabetos, o português deixou há muito de ser o pilar da identidade,
substituído pela fúria da rataria em busca do queijo vantajoso. Extraí de um
jornal estes nacos de prosa que atestam a indiferença e até a criação de uma
nova forma de roncar entre as classes de roedores:
“O espírito livre funde-se com os
70´s, no seu feeling mais nómada e
boémio.”
“Elegância sem comprometer o conforto.
Inspirações grunge, utilitárias,
militares e góticas remontam aos 90´s. Prevalece o styling mais masculino...”
E esta que é uma risada não só de
estupidez como de português periférico: “Todas temos um life saver, e os modelos clássicos são o nosso. Escolhas seguras
mas sempre um update. Pumps, botas de cano alto, biqueiras
quadradas e bicudas.” Caetera.