sexta-feira, dezembro 19, 2025

Sexta, 19.

A maior praga do capitalismo é a exploração e a dos novos-ricos a exibição. Vem isto a propósito da aglomeração de uns quantos Maserati esta semana na Baixa. Obrigados a parar nos semáforos do Rossio, aceleravam os motores e debitavam um ruído insuportável pelos escapes – maneira de os transeuntes parar para os admirar. A polícia que, portanto, os devia multar, ficou estupefacta. 

         - Outro dia, aproximei-me de um quiosque na Av. da República e logo fugi quando li o que a foto regista. Debandei não fosse o cheiro nauseabundo perseguir-me... A esquerda – Livre, BE, a dos cãezinhos – adoram a universalidade da cidade.

          - Luís Montenegro passou um atestado de menoridade ao Ministério Público. Depois de mais de um ano e queda de um governo, veio o parecer da inventora Spinumviva. Afinal a montanha pariu um rato. Tudo o que a oposição andou a dizer contra a sua idoneidade, caiu com o processo pura e simplesmente arquivado. Admiram-se? Eu nem um pouco. A democracia em Portugal é um campo de batalha que não dá tréguas. Vale tudo para subir ao púlpito do poder. Que tristeza!  

         -  O único estadista europeu que se distingue da maioria amorfa, é o chanceler alemão. Todos estão reunidos mais uma vez para salvar a Ucrânia, e todos não pensam senão em si mesmos. Zelensky com grande dignidade, apela à ajuda convicta que expulse Putin das suas fronteiras, mas os senhores da UE preferem reuniões, discussões, almoços e jantares – são a imagem de um rebanho tresmalhado. Luís Montenegro diz banalidades. António Costa exibe sempre aquele sorrisinho que ainda não chegou ao sorriso pateta de Durão Barroso mas para lá caminha. 

         - Almocei com o João e a companheira do filho. Repasto agradável que só aceitei porque o vi muito em baixo. Amanhã vamos assistir à missa de corpo presente em despedida do Guilherme Patente na igreja de Alcabideche.  Mas já hoje soube da morte do poeta Gil de Carvalho. Sem palavras.