Terça, 26.
Que dizer quando o mundo está suspenso, olhando em todas as direcções, perscrutando os ares, miríades de luz que surgem dos quatro cantos do Universo, tremendo de medo ante a ameaça da guerra que parece iminente. Só se fala em armamento, todos se querem preparar até aos dentes, quando nunca se importaram por manter a paz. A mim o que me inquieta, é a força que um só homem possui – Putin, Trump, Jinping, o tolo da Coreia do Norte, Netanyahu – um ou outro mais quando associado a algum destes. Eles só conseguem isto, porque possuem do seu lado os exércitos que deviam estar ao serviço das pessoas, das nações, das democracias. Qual a razão para impor à juventude a renuncia à vida solta, a ventura quando se tem vinte anos, o futuro, a experiência do amor, a loucura dos corpos inundados da força e vitalidade da alegria. Morrer sem viver parece ser a ordem de um idiota que pela corrupção e força domina milhões de seres humanos, em pleno século XXI, é um contra-senso sem lógica nem humanismo.
- Não gostava de me ocupar da sopa requentada que de há muito a política nacional. Em 50 anos de democracia, se não fossem os milhões da UE, que paralelamente foram desviados por políticos corruptos conluiados com empresários e gente sem escrúpulos, nem com tanto dinheiro Portugal avançou, sendo até ultrapassado por outros países mais pobres que nós. Temos uma Assembleia Nacional de deputados profissionais, pagos a peso de ouro com os nossos impostos, e toda aquela amálgama de gente apenas tricota uma malha de interesses ideológicos, no oposto da vida moderna, sem consolidação com a realidade. Os jovens que não estão para aturar esta ressabiada gente e nem nela confia, decide emigrar e faz muito bem. Só no ano passado, apesar de muitas fórmulas financeiras e económicas para os deter, partiram para a Suíça 12 mil portugueses, 27% da diáspora nacional – não confiam na propaganda dos políticos, nem na sua competência. O problema é que uma parte do Portugal mais atrasado, dá importância a cada palavra desta gente sem palavra.
- Já agora, digam-me se souberem: como seria o país governado por aquele engodo do BE?
- Todas as estruturas públicas estão a rebentar pelas costuras. O metro foi transformado num imenso ginásio que nos obrigam a frequentar, com as escadas rolantes sempre avariadas e pessoas de língua de fora a subir cinquenta e cem degraus como me aconteceu hoje na estação Baixa-Chiado.