Sexta, 1 de Novembro.
O presidente da Câmara de Loures, perante as noites de pré-revolução que tiveram lugar em muitos sítios da capital e arredores, incluindo, Loures, na sequência da morte do infeliz africano morto a tiro na Cova da Moura, decidiu expulsar os cúmplices pelos estragos públicos, com aprovação do Chega e outros partidos à excepção do PCP, das casas de renda económica onde vivem. Embora não concorde com o vandalismo a que se assistiu, e ache que devem ser condenados e ficar atrás das grades, penso que esta não é a melhor forma de fazer justiça e não estranho que tenha saído de um socialista de gema. Vimos muitas coisas parecidas nos oito anos de governação António Costa. Esta gente nunca me enganou. Se fosse Montenegro ou Moedas a fazer um tal descrédito, caía o Carmo e a Trindade, corridos a fascistas e racistas. Como foi um socialista, bico calado.
- Esta manhã, na Brasileira, uma senhora empregada já com alguma idade, que se exprime num português impecável, superior ao de quase todos os políticos, diz-me de imprevisto: “O senhor é muito bonito e jovial.” Encolhi-me, apalermado. Recompus-me e fui pedir parecer a dois dos rapazes que nos servem à mesa: um cabo-verdiano, outro português, ambos pelos vinte anos. O primeiro disse “e é”, o segundo “digo o mesmo”. À mon age! Pena que o Papa Francisco resida tão longe.
- Não há nada que não me aconteça. Saí para Lisboa muito cedo deixando o portão aberto para que o técnico que há quatro anos me pôs o furo a funcionar, viesse ver que doença o consome agora. Quando regressei, tinha o tubo da água com os seus oitenta metros, estendido até à entrada da quinta. Telefonei ao rapaz para saber o que se passa e ele respondeu-me que o tubo está roto em vários pontos pelo que tem de ser substituído. Bah! Bem sei que com os seus mais de trinta anos de actividade, merece um fim digno. Mas que diabo! Tudo ao mesmo tempo não dá para aguentar. Annus horribilis.