Quarta, 6.
Como eu previra (v. sábado, 2), Trump saiu vitorioso do confronto com Kamala Harris. Serei eu mais inteligente, olheiro ou perspicaz? Nada disso. O que se passa é que os nossos queridos jornalistas vêem a América com olhos pequeninos, ainda por cima arrimados à esquerda, e não são capazes de analisar com independência factos e circunstâncias, atitudes e ideias de passagem e ligá-los ao que necessariamente vem a seguir, muitas vezes no oposto daquilo que foi proclamado durante os comícios. Assim, adianto, que muito do que Donald Trump disse que iria fazer, não acontecerá. Não só porque ele aprendeu a lição do seu anterior mandato, como porque o mundo mudou e força-o a ser mais cordato, condescendente, cauteloso e lúcido. Sem que com isso deixe de pôr em prática muito dos programas enunciados, mais a mais porque a vitória foi arrebatadora com o Senado e a Câmara dos Representantes a engrandecê-lo.
Kamala Harris, como aqui disse, foi uma espécie de abencerragem que os democratas julgavam ser a primeira, mas acabou a última. A sua candidatura foi atabalhoada, a senhora não possuía atributos para o cargo (embora se tenha desenrascado com esforço), mas era alguém que enquanto vice de Biden fora obscura, não tinha a simpatia dos americanos, conhecia-se o seu passado pela Administração Pública, mas não possuía talento e originalidade para a Presidência. Caiu em esquemas que não convencem ninguém e são apanágio das esquerdas como a hegemonia das mulheres, o acolhimento dos imigrantes, a concordância com as espécies de sexo assumidas como bandeira de um terceiro ser que se desfaz das origens para se transformar em algo que o futuro ainda não ditou qual virá a ser. Isto é, preferiu as modas, o patuá, as ideias feitas, à concepção da realidade enquanto valor colectivo. Porque, adianto já, nos aspectos económico-financeiros, falou a América que, de esquerda ou direita, sobrevaloriza a riqueza enquanto arma que subjuga os pobres, as nações, faz as guerras e reduz o outro a lixo. Curioso. Lendo e escutado os media nacionais, a vitória da senhora era um facto consumado.