Quarta, 27.
Acabei a autobiografia de Alexei Navalny. Na página 433, aquele que nunca esmoreceu de lutar pela liberdade e pelos Direitos Humanos, regista: “Se eles acabarem por dar cabo de mim, o livro será o meu memorial.” Esta previsão, datada em 21 de Outubro de 2021, isto é, três anos antes de Putin o ter assassinado com Novichok. As últimas palavras do heróico humanista e denunciador das mentiras, corrupção, enriquecimento ilícito do criminoso russo: “A minha função é procurar o Reino de Deus e a sua retidão e deixar que o velho e bom Jesus e o resto da sua família tratem de tudo o resto. Eles não irão desapontar-me e resolverão todas as minhas dores de cabeça. Como dizem aqui na prisão: eles irão receber os socos por mim.” Quando fechei o livro dirigi-me a Deus numa prece por sua intenção. E lembrar-me eu que é este regime e o seu ditador, que o Partido Comunista defende. Ao livro voltarei.