Terça, 18.
Na trapalhada própria de um especulador, Trump orienta os seus piões de brega numa dança desorientada. Diz que convoca este e aquele, mas esquece-se de os avisar. Entretanto, a Rússia, sentindo-se apoiada e com alguém na Casa Branca do seu lado, já se dá ao luxo de falar alto, o próprio speaker de Putin deixou de ser uma fotografia tendo em fundo a voz, para aparecer em pessoa a debitar ordens do patrão. Enquanto isso, a Reuters teve acesso a um questionário enviado para as capitais europeias a perguntar quem estaria em condições de garantir a segurança, quais as nações que estariam dispostas a enviar tropas para a Ucrânia como parte de um acordo de paz e qual o montante da força militar liderada pela Europa. O inquérito não pára aqui. Os EUA querem igualmente saber se os aliados (note-se) estão preparados em caso de ataque da Rússia. E a coscuvilhice tácita continua: “Que capacidades adicionais, equipamentos e opções de manutenção sustentada está o seu governo preparado para fornecer à Ucrânia?” Quer dizer, de posse destes dados, Trump vai poder jogar em seu favor, do lado do seu amigo Putin, mas a UE não mete o nariz nas conversações para acabar com a guerra que está à sua porta. Putin vai enganar alegremente um espertalhão que soube vencer na vida a especular na bolsa imobiliária e em breve conquistará os territórios da ex-URSS (o chamado império russo) que Gorbachov desintegrou.
- Aquela de Netanyahu querer acabar com o HAMAS, serve apenas os que acreditam em balelas de alguém que antes de tudo quer salvar a pele. Veja-se o caso do célebre Daesh criado na sequência da política sinistra de George W. Bush, no Iraque. Ele aí está a impor-se tantos anos volvidos. Qualquer país lhe serve, desta vez a Somália, de onde expande vitorioso a sua ameaça sobre o mundo. Embora não esteja do lado dos extremistas árabes, nem concorde com as suas acções violentas, o facto é que, no caso da Faixa de Gaza, o próprio Netanyahu os sustentou e, portanto, a ele se deve o ataque de há dois anos. O curioso, contudo, não obstante a violência exercida, é ver que os reféns saem dos seus túneis aparentemente sem danos físicos, exibindo até saúde, e entregando-se aliviados nos braços dos seus entes queridos. Mas é justo que o HAMAS reivindique o seu território (não vale a pena falar da Autoridade Palestiniana porque quase desapareceu), quando o da compra e venda de imobiliário quer correr com o povo do seu país legítimo, para aí erguer a Riviera Francesa. O homem enlouqueceu e ninguém o enfrenta.
- Recebi os dados do check-up. De uma maneira geral estão todos bons. Apenas o colesterol se mantem nos 256, porém o dito bom, protege-me e mais os triglicerídeos com vantagem. O açúcar está nos limites, eu sei qual a razão: excesso de doces pelo Natal. É fácil retornar ao antigamente. Quem melhor que cada um de nós pode ser o vigilante da vida que nos foi dada viver? Acresce que no tempo do meu pai, o limite para o colesterol era 250.
- Nada é melhor que regressar ao romance. Dele me tenho afastado sem saber para que lado pende a minha vida ante o vazio que cava a adversidade, o deserto, a volubilidade. Suspenso no vagante dos dias, sou quem sou?