sábado, julho 06, 2024

Sábado, 6.

Não temos emenda. Desde o Chefe de Estado na sua obsessão por ter a simpatia dos portugueses, e destes de Norte a Sul de Portugal, todos acham que somos os maiores, os mais avançados do mundo, os mais qualificados para isto e aquilo, nomeadamente e principalmente, o futebol, e depois é o que se vê: caímos ao primeiro sopro, não somos capazes de vencer a desilusão de havermos subido acima das nossas capacidades, de termos estado nos píncaros apenas por escassos minutos. A Selecção, ouvia dizer em todo o lado, era a mais capacitada para vencer o Campeonato da Europa, a melhor preparada, com os melhores jogadores, um deles ex-maior do mundo, e fomos derrotados por penáltis não podendo passar do meio do campeonato. Ao menos assim acaba-se a praga mais cedo. Forma de falar, porque ela já vem crescendo desde o tempo de Salazar, atingiu o grau máximo de alienação na democracia. Entreter o povo desta maneira, é para a classe dominante a maneira mais fácil e cómoda de o ter humilde, quieto e distraído sem exigências, conhecimentos, em crescendo para nos tomarem por um bando de patetas quedos e agradecidos, sem espírito crítico, conformados e felizes.

         - Isto de sermos os maiores, serve em primeiro lugar os políticos na sua demagogia corrente, basta escutar Marcelo. Do que somos, ocupa-se hoje António Barreto no Público. Duas frases: “Portugal é um país pequeno, relativamente pobre, pouco sabedor e mal preparado. Sem o Ocidente, o país sofre e declina.” E esta: “A dimensão, a sabedoria, a fortuna, a força e o trabalho exigidos para tratar do mundo estão fora do nosso alcance. Os portugueses dificilmente contribuirão de forma ousada para a paz e o progresso da humanidade.” 

         - O Reino Unido foi a votos e quem volta ao fim de décadas é a esquerda chefiada pelo trabalhista, Keir Starmer. O grande derrotado, que praticamente saiu de cena, foi o partido Conservador chefiado por Riahi Sunak. O que será esta esquerda ou antes o que é esta esquerda inglesa, é o que se vai ver em breve. A fasquia está muito alta e as munições escasseiam.  

         - Noutros pontos – Irão e França – houve e haverá eleições. No caso do Irão, ganhou um, digamos, liberal que pretende aproximar o país do Ocidente. Antigo ministro da Saúde, Masoud Pezeshkian, venceu confortável na segunda volta o ultra-conservador Saeed Jalili. Ora! Ora! Mas afinal quem manda no país continua a ser Khamene – líder religioso que não quer liberdade social e muito menos religiosa. Quanto à França, esperar para ver. 

         - Noite mal dormida, catástrofe pela manhã. Sempre assim fui. A minha preocupação com o sono, supera a da alimentação. Como por necessidade, durmo para conservar a pulsão da vida. Assim e não obstante, depois das regas, removi definitivamente o monte das hastes de bambu para juntar aos dejectos florestais para queima no Inverno.