quinta-feira, junho 13, 2024

Quinta, 13.

O rhume desapareceu. Mas o João com quem havia estado domingo a almoçar, à noite sentiu-se mal e foi ao SAMS. Saiu de lá com o veredicto de Covid (nova estirpe). Já perdi a conta a quantas vezes o homem foi contaminado, ele que se vacinou, se diz proteger quase à obsessão. É por estas e muitas outras razões, que eu não me inoculo. Parece que anda a instalar-se uma nova família deste

         - No Fertagus que as meninas queques do BE, os ricaços do Livre, IL, PSD, PS não frequentam e por isso pregam um país real que só existe nas suas cabeças monarcas incluindo as obsessões das alterações climáticas, tudo sob o fundo de um blá-blá que não convence ninguém, não possuem nenhuma ideia do país real que nos comboios embarca levando no telemóvel angústias e revoltas que despejam em sonoras conversas durante os percursos. O mundo matrimonial português, a família tão cara às televisões e ao mercado de consumo, é ali exposta sem dó nem piedade. Conhecemos tudo naquelas longas chamadas-revoltas: o ódio dos filhos aos pais, a violência contra os progenitores, a miséria das suas vidas, a falta de tudo, do pão para a boca aos excessos de merdelhices que confinam uma felicidade bizarra, feita dos restos que outros deitaram nos trituradores da fantasia consumista. Como povo somos aquilo, a imagem perfeita, talhada no desconforto da existência, do dia-a-dia, do vazio de vidas malbaratas que se esgotam em iras, clamores, inconformismo e abandono, suor e lágrimas. 

         - Será que não há uma alma, uma só, que diga a sua excelência o Presidente da República que se cale, que nos desampare a vista, com o seu sorriso híbrido, a sua voz nasalada, aquele irrequietismo de pessoa solitária que confrange, noite e dia, nas televisões e rádios, omnipresente como um zangão que nos entontece a opinar sobre retretes com o mesmo a vontade como fala na existência da alma. Que criatura insuportável! Que tristeza de país que tem de gramar uma natureza estranha, sempre em bicos de pés, conhecedor de tudo e nada, servindo-se do cargo como se fosse a derradeira vedeta de um filme trágico. 

          - Macron deu um tiro no pé ao convocar eleições antecipadas devido ao galope da extrema dita direita para o Parlamento Europeu. Logo a extrema dita esquerda, se levantou para formar uma frente que tem a rectaguarda muito fragmentada. A grande aventura de Macron vai entregar de presente o jogo a Putin e quejandos. 

         - Acabo de entrar de um lauto almoço em casa dos franceses. Muito se come, eles e os outros convidados todos franceses. Come-se e bebe-se. Depois, estendidos nos sofás em redor da piscina, muita conversa sobre a política francesa de momento. Ninguém  concorda com nenhum dos que se apresenta à liderança. Lá até um Bugalho feito nas redes sociais, de direita, fala grosso não obstante os seus 28 anos - parece que conta e muito, a sua bela figura. A política hoje é isto.