sábado, março 22, 2025

Sábado, 22.

É evidente que é desumana toda a atitude que humilha e reduz o ser humano a um farrapo. Penso nos milhares de imigrantes que vivem em condições indignas, sujeitos a tipos que os exploram, sem justiça que os defenda e proteja, num país desorganizado que não pôde fazer frente à invasão dos fugitivos da miséria, das guerras, da pata de regimes totalitários, de autênticos gangues aproados ao poder como se o país fosse a sua tapada privada. Aqui chegados, foi na calçada ou banco de jardim que estenderam os ossos cansados, na Igreja que receberam a primeira côdea, num ou outro amigo que chegou adiante, a simpatia e decerto a ternura. Os dias e as semanas foram passando, fechados num buraco de incertezas, a vida parada, os sonhos desfeitos, os poucos euros gastos, a certeza a rondar-lhes a consciência que os fez acreditar que o futuro seria melhor e menos exposto à gula dos exploradores longe do seu país. Aqui, porém, foram e são explorados não só por aqueles que os utilizam como mão de obra barata, mas também por aqueles que em nome das ideologias, da sofreguidão do poder, da beatificação dos seus princípios de igualdade, os receberam para a via-sacra de grande sofrimento e humilhação. Melhor fora que pensassem em primeiro organizar a sua chegada com certificado de trabalho, um tecto condigno onde pudessem descansar o corpo esgotado dos dias de labuta forçada e pouca alimentação, com salários compatíveis com o exercício social e cívico. Responder à irmandade com a escravidão, é realizar a pior e a mais baixa das atitudes e princípios político-ideológicos que emperra o desenvolvimento, expõe o cidadão ao perigo criminoso de gangues, e força a sociedade a ter a obrigação de os proteger só porque eles vieram sem terem sido chamados. Eles com os filhos às costas e, porque as ideologias os convenceram, reclamam um teto, assistência social, salário e reforma. Pouco importando como vivem e trabalham os que aqui nasceram. Para o bando das esquerdas o essencial é que possam gritar em nome da caridade miserabilista marxista-leninista que nos países onde foi implementada, semeou a miséria mais absoluta, a desigualdade e o trono dos tiranos que os subjugam e subjugaram. Inteiramente de acordo com as regras que o Governo de Luís Montenegro preparou na travagem às normas de António Costa que foram um desastre não só para os infelizes que aqui desembarcaram, mas para o país que não estava preparado para os receber. Precisamos dos imigrantes para fazer aquilo que os portugueses não querem fazer, é certo. Nesse caso, paguemos-lhes com dignidade e aceitemo-los com irmandade.