Quinta, 26.
O Nuno que desceu à cidade este Natal, ante a minha indiferença aos tumultos da quadra e à azafama das prendas (não gastei um tosto nelas, ignorando completamente esta sociedade de consumo), perguntou-me quando é que começara o aproveitamento do nascimento do menino Jesus que os cristãos (e não só) relacionam com os Reis Magos. Não soube responder, porque há historias para todos os gostos e nenhuma delas fiáveis, desde a que a situa nos anos 600 julgo que na Turquia, outra no século XVII e a mais recente que me parece mais credível, quando do aparecimento do Pai Natal na primeira metade do século XX nos EUA. Milhões e milhões de cristãos e não cristãos, no desequilíbrio dos gastos nisto e naquilo, puseram completamente de parte Aquele que nasceu na pobreza e morreu na Cruz. O fausto, a cobiça, o ridículo, o esbanjamento, não são apanágio de gente equilibrada.
- Marcelo, como todos sabemos, não precisa desta época para botar discurso. Mas necessita como pão para a boca do contacto com “os portugueses”. A solidão em que vive, leva-o, qual demagogo, a citar a frase que qualquer comunista adora agitar: “O povo é quem mais ordena.” Marcelo ainda não descobriu a quem servir.
- O curioso da política portuguesa, é verificar o confronto contínuo e sem descanso comandado pela oposição. Tudo o que o PS (os outros não contam para nada) acusa ao PSD, é rigorosamente aquilo que ele no governo fez em abundância e irresponsabilidade. O trolaró que vive em Belém, dirá “é a democracia a funcionar”; os portugueses, cansados, dirão: “É a ganância pelo poder em rubro:”
- Fui fazer uma hora de piscina. Em boa hora e dia, porque não havia vivalma. A água estava, enfim, própria para consumo, ainda que por aqui as noites tenham sido muito frias e os dias forrados de um sol medroso. Vou amanhã ter uma ligeira intervenção no olho esquerdo que esteve marcada para o dia 31 e foi mais uma vez alterada.