sábado, maio 04, 2024

Sábado, 4.

O PS de Vasco Gonçalves, não pára de nos advertir que “em tempos de crise, só os socialistas dão garantias de estabilidade”. Tal afirmação, incendeia-nos o coração de esperança como forma de nos tomar por parvos. Assim, esta semana, com o descaramento habitual desta gente, depois de ter sarnado Montenegro para não se coligar com o Chega, é ele que aceitou, sorridente, a muleta do Chega para aprovar a eliminação das portagens. O projecto foi aprovado depois de o PS se haver oposto quando era governo. Pelo que se vê, é melhor acreditar na honestidade de Luís Montenegro. Eticamente, os socialista são zero. 

         - No final da semana, também tivemos a revolta de políticos muitos do PS e o desgarrado Rui Rio. A maioria dos subscritores do manifesto, que acusa o MP de funcionar sem escrutínio, esteve na mira da justiça e não gostou. Não gostaram, julgam-se acima da lei e daí tudo fazerem não só para correr com a Procuradora-Geral da República, como pretendem mais autonomia para o poder político. Quando se vê como eles são tratados comparados com o cidadão comum, cheios de papel que entregam a advogados que possuem o condão de adiar julgamentos até perderem o prazo de validade, como possuem a magia de transfigurar assassínios em cordeiros divinos.  

         - Não digo com isto que a Justiça é pura com derrames salvíssimos de protecção e imparcialidade. Sei muito bem que o MP nem sempre é competente e os seus juízos esbarram nos tribunais por mal feitos, mal urdidos e muito amadorismo à mistura. Tomemos o caso da Operação Influencer. Se se vier a provar que o processo de suspeição contra António Costa foi uma cabala para correr com a maioria dirigida por ele, então é todo o sistema nacional da justiça que é posto em causa e é evidente que não podemos confiar em ninguém. Eu detestei e detesto o modo de fazer política dos socialistas, acredito que Costa não é ladrão como Sócrates, mas estou em dúvidas se ele não moveu artifícios políticos para influenciar negócios em torno do lítio e das empresas de dados erigidas no Algarve. 

         - Tentei avançar hoje um pouco mais na limpeza do mato. Amanhã vou pôr um Mapa no braço e durante 24 horas vou andar com ele. Como não deve ser aconselhável o contacto com maquinaria, comecei cedo o trabalho. Dia surpreendente de calmaria. Leitura, escrita, pequenas lides disto e daquilo. 

         - Ontem passei praticamente o dia com o João Corregedor. Combinámos encontro na Brasileira e dali como eu tinha que ir ao C.I. ver uma mesa para o terraço, ele quis acompanhar-me. Almoçámos no restaurante panorâmico. Depois ficámos um tempo em amena cavaqueira com enorme esforço da minha parte para que ele não resvalasse para a única cultura que o absorve – a política. No final ele desabafou: “Porreiro. Conversou-se bem.” Forma de falar, porque quem nunca se calou foi ele num monólogo vigiado por mim.