Sábado, 25.
Dia copioso de trabalho em várias frentes. Desde logo, pela manhã, retoma da roçaga da erva do lado das figueiras, montagem do cenário de verão no terraço, regas, leituras, cozinhar o almoço, encher a máquina e pôr a secar a roupa da semana que a Piedade passará ferro...
- Justamente a minha velha e querida empregada que por aqui anda há pelo menos trinta e cinco anos. Quero-lhe como se fosse membro da família. Quinta-feira, ela, vendo que passei a manhã toda às voltas (fui à estrada alcatroada buscar os empregados do Corte Inglês que trouxeram a mesa e a montaram; depois apareceu o Luís Correia a observar o estado da quinta e assim escolher a máquina que melhor convirá ao corte mato; logo a seguir veio o pedreiro para se inteirar do estado da piscina e apresentar orçamento), tudo isto num vai-e-vem sem paranço que levou a Piedade, gentilmente, a dizer que descansasse um pouco. O trabalho, sempre o trabalho enquanto bênção do céu.
- Espanha, Noruega e Irlanda juntaram-se a mais de duas dezenas de países pelo reconhecimento de um Estado Palestino independente. Portugal, como sempre, pequenino e mesquinho, montado em ideias perfeitamente idiotas, não quer “por enquanto” pôr-se ao lado dos países livres e democráticos que se insurgem contra o sofrimento e a pata de Israel. Netanyahu reagiu com novos e violentos bombardeamentos e as inevitáveis mortes de inocentes. 36 mil mortos, cidades inteiras devastadas, sofrimento e ódio q.b. e nada de conseguir trazer os infelizes nas mãos do Hamas.
- Almocei ontem com o João no Tascardoso. No passeio pedestre que nos levou a tomar o 727 no Rato, entrámos na livraria Navegante. Mostrei-lhe o livro de Manuel Alegre que eu já por diversas vezes o incentivei a ler, respondeu-me que por trás do meu entusiasmo não me devo esquecer Argélia. Como quem diz, esse período é a pedra no sapato que incomoda os comunistas. Comprei o livro póstumo de Jean d´Ormesson, Un hosanna sans fin.