Sexta, 2.
Breves sobre o debate. Que a mim e talvez à maioria dos portugueses, não trouxe nada de novo, à parte o espectáculo degradante a que a política chegou. Volto a repetir: se qualquer forma de ditadura vier a acontecer em Portugal, a culpa é toda exclusiva dos políticos que nos couberam na farinha Amparo. Não adianta a esquerda atirar culpas à direita ou vice-versa. Estamos no patamar da incompetência, da degradação dos costumes, do equilíbrio e da brutalidade pública que não se resguarda a si própria. Vale tudo e tudo parece pouco na ambição a um cargo que é de serviço à comunidade, ao país e à dignificação das instituições. A realidade porém - é a praxis que no-lo diz -, estar próximo do tacho é inebriante e qualquer político, de direita ou de esquerda, persegue até ao ódio absoluto o seu adversário. No caso do actual secretário–geral do PS, cuja vida nunca conheceu o sacrifício do trabalho árduo suspenso dos infortúnios, a política é a luta de uma geração toda de esquerda, que se pauta pela festa dos comícios, dos camaradas, da luta (como eles dizem) em favor dos mais desfavorecidos. Uma treta! Ele está a lutar por si próprio. Sem competência, sem sensibilidade, movido pelo ardor antigo das lutas dos estudantes, montado na ideia de que ser de esquerda é trilhar projectos cívicos e sociais que melhoram a vida dos mais pobres. Mas os pobres, quero dizer, os 2 milhões e meio, estão pobres como sempre estiveram. Ele e todos os outros prosperaram na vidinha, criaram ideais, programas, gritaram nas ruas pela liberdade, mas esqueceram-se que é na dignidade do trabalho que o ser humano se realiza e enobrece. Tenho dito. Ponto final.