Quarta, 21.
É sempre um prazer voltar a Paul Bowles. Estou a ler um dos seus romances mais célebres: Deixa a Chuva Cair. O pormenor que hoje é enxotado pelos leitores, é o que eu mais aprecio nele. Dir-se-ia que a história vive dele e força o leitor a caminhar a par dos detalhes que por sua vez fazem parte do enredo. Ao mesmo tempo, há uma delicadeza na maneira como o autor faz entrar na acção as personagens, na radiografia de cada uma, que nos prende à primeira apresentação. Mais uma vez, a história passa-se em Marrocos seu país de eleição, onde julgo ter morrido aos cuidados de um rapaz que o protegeu até ao fim. Li os três capítulos iniciais, e a trama romanesca parece estender os seus tentáculos amarrando entre si os intervenientes. É uma felicidade passar duas horas na sua companhia.
- Antes que me esqueça – seria, de resto, grande injustiça da minha parte -, quero aqui deixar as maiores felicidades à senhorita Mariana Mortágua que acabou de se consorciar com a companheira, também do BE, senhorita Joana Filipa. O casório aconteceu há dois meses, mas só agora se conheceram os pormenores. Às duas revolucionárias desejo bem-aventuranças e que a partir desta união, o amor impere contra e acima as suas ideologias idiotas.
- As hostes democráticas americanas, agitam-se para relançar a candidatura de Kamala Harris à presidência. Desta vez foi Barack Obama e a mulher no comício de endeusamento daquela que durante quatro anos foi votada ao ostracismo e as sondagens davam como alguém repulsiva. A ver vamos no que isto vai dar, sendo certo que os EUA estão ao mesmo nível de miséria de toda a Europa e do resto do mundo na escolha e qualidade dos políticos. Os ditadores hoje fazem melhor figura. Tragicamente. De todos, prefiro Bernie Sanders.