Sábado, 28.
Trump voltou para o seu castelo inchado de orgulho, passado a pente dourado de vaidade. Assim que ele debandou, os nossos entendidos e orgulhosos euro-governantes, caíram na real: afinal o homem não se havia esquecido das percentagens que fazem o lustro da sua governação. A criatura acenou-lhes da Casa Branca que não olvidassem as taxas a aplicar aos produtos chegados aos EUA - são para cumprir. Foi um balde de água fria que despejou sem piedade sobre as suas cabeças doidas e levianas. Que humilhação, que miséria! Ainda por cima redisse que a Europa tem andado a enriquecer à conta da América.
- Tenho tido dias duros não só por causa da canícula, mas pelo serviço que venho prestando ao Nilton no arranjo da piscina. Ontem fui ao Bangladesch, à sua secção na estação do metro Restauradores, entregar a lona para que os costureiros a transformassem na cortina que há-de descer sobre o lounge (modo de falar à Carlos Neto). No Rossio abafava-se, O calor era tanto, que mal se podia andar. E todavia, baratas tontas estrangeiras não faltavam. Fui mastigar qualquer coisa ao paraíso C.I. e despachei-me para casa onde a frescura convida ao ripanço e ao dolce far niente. O galdério do gato, só daqui saiu pelas dez da noite ao encontro da namorada que o chamava do lado de fora. O único sitio mais difícil para se estar com estes quase 40 graus centígrados, é a cozinha. Mas é lá que estou bem, o ar condicionado ligado. Hoje fui ao encontro do Nilton à loja onde se vende material para piscinas. Diz-me ele que esta tarde, quando voltar de ao pé da namorada brasileira, poderá pôr a água a circular e terminar o trabalho. A ver vamos. Estou ansioso por correr com a rã que lá se instalou e não pára de cantar. A mim faz-me impressão vê-lo trabalhar sob esta temperatura de morte. Pela uma e meia da tarde, quase lhe ordenei que fosse fazer a sesta e voltasse pelas cinco. Recusou. Eu insisti. Contrariado aceitou. Bref.
- Terminei o livro de Hugo Mãe. Que dizer. São curtas histórias do seu quotidiano, que se lêem num ápice, na sintaxe do costume, e logo se esquecem. Prefiro-o nos romances onde a criatividade e o sentido da história nos prende e somos, literalmente, arrastados.
- O artigo de João Miguel Tavares de hoje, sobre a figura sinistra de Augusto Santos Silva, termina assim: “Bem sei que o ressabiado Santos Silva, após dizer e repetir que Seguro não cumpre os “serviços mínimos”, veio agora informar a pátria de que irá anunciar na quarta-feira se ele próprio é, ou não, candidato à presidência. Espero que venha a ser, porque eu tenho este sonho: ver Augusto Santos Silva ser humilhado nas urnas ao mesmo tempo que Jose Sócrates é julgado nos tribunais. Seria um final feliz para os piores anos da democracia portuguesa.” Assino de cruz.
- Agora, no inferno em que se tornou há muito a Faixa de Gaza, são os solados israelitas que denunciam ordens para matar multidões que procuram alimentos para não morrerem à fome. Naturalmente o assassino Netanyahu, desmente.