segunda-feira, abril 07, 2025

Segunda, 7.

É patética a forma como o líder do PS, dito Vasco Gonçalves, se vende na ganância do poder. Agora, de uma assentada, ofereceu aos pobres e enfermos uma mão cheia de benesses indo ao ponto de obsequiar com um certificado de aforro as criancinhas que nasçam durante o seu reinado, se para tal os portugueses pobrezinhos lhe garantirem a maioria dos votos, bem entendido. O curioso é que ele não está de olhos postos nas necessidades das pessoas, mas única e exclusivamente no seu próprio interesse, e para justificar à facção António Costa do partido que é mais competente e expedito do que aquele que se raspou para Bruxelas. O homem ignora completamente a situação mundial, o ajuste e seriedade que são necessários ter na gestão do país, os seus recursos, a eficácia e sabedoria necessárias ao equilíbrio das contas públicas, a protecção dos mais desfavorecidos e decerto a ajuda às empresas numa altura em que tudo é contingente e os negócios resvalam. Parece magia esta lauda de promessas, saída da caixa de sapatos da empresa do seu extremoso paizinho. 

         - Saí hoje na direcção de Lisboa. Estive na Fnac a chamar por Ana Boavida que não se dispôs a aparecer. Antes havia passado na Brasileira onde fui adorado como a um anjo, solicitado por toda a gente interessada em saber como me encontro após a cirurgia à vista. (Abro parentes para agradecer a todas e todos que se condescenderam a interessar-se por mim.) Na realidade, bem vistas as coisas, o que me deliciou foi reencontrar a minha cidade de nascimento, colher o tempo das palavras lançadas por aqui e por ali, como se atapetassem o caminho por onde passei. O sol veio ao caminho, enchendo de jubilação o dia, deitando sobre pessoas e coisas, a luz quente há muito arredia. No ar rarefeito passou uma nuvem de esperança, a mesma que o Papa Francisco diz ser a protectora dos que sofrem, dos que a sorte se obstina em não ir ao seu encontro. Vou citar as maravilhosas palavras do Sumo Pontifico na primeira aparição pública depois de quase dois meses no hospital. Na doença, Deus não nos deixa sozinhos e, se nos abandonarmos a Ele, precisamente onde as nossas forças falham, podemos experimentar a consolação da sua presença. Ele mesmo, feito homem, quis partilhar a nossa fraqueza em tudo e sabe bem o que é o sofrimento. Por isso, podemos dizer-Lhe e confiar-Lhe a nossa dor, certos de que encontraremos compaixão, proximidade e ternura. O Filipe que me adoptou, veio ao meu encontro com uma formidável barriga à José Sócrates, salvo o rosto triunfante, saloio, importante e mentiroso daquele que esteve dois anos em Paris, no bairro chique ao lado da minha amiga Françoise, e trouxe apenas uma palavra que exibiu por todos os canais televisivos: “narrativa”. Felizmente, vejo a vida do meu amigo, enfim, tomar rumo. 

         - A imprensa diz que Elon Musk perdeu 600 mil milhões de euros desde a posse do déspota Donald Trump. Que pena eu tenho do pobre ricaço!

         - Há duas modas que se instalaram na sociedade portuguesa: a violação de raparigas por criminosos na flor da vida e condutores que atropelam nas passadeiras piões e se põe em fuga. Em ambas as situações há vidas que se perderam.