Terça, 28.
Aquela coisa chamada Bloco de Esquerda nunca me enganou. É um rebanho de meninas e meninos mais ou menos perdidos, que se juntaram para fazer leis justas que se aplicam a todos menos a eles. A última das suas fantasias políticas, reside nas contradições em que vivem. Volta que não volta, vem à superfície a velha máxima de frei Tomás: “Olha para o que ele diz, não olhes para o que ele faz.” Depois de termos escutado a actriz primeiro e depois a viúva, anos a fio, a tecerem sermões de justiça para os trabalhadores, as mulheres mal pagas, contra a exploração do patronato, eis que a actual bandeira da coisa, despediu do quadro do partido, mulheres acabadas de ser mães, funcionários e não sei mais quem. Isto por causa dos ingratos dos portugueses que nas últimas eleições reduziram-nos a uns quantos que nem um táxi enchem e são um número residual no contexto político actual. Mais: empregou a camarada que hoje ganha milhares a debitar postas de bacalhau em Bruxelas, quando deixou a liderança e a mira do parlamento estava ainda distante. Para não falar do simpático camarada, dono de um imóvel, que traficou quando ocupava um cargo importante na coisa. Que tristeza! Então não merecíamos melhor?! E só nos saem ladrões de malas, aldrabões, gatunos, ministros que se servem dos gabinetes ministeriais para esconderem milhares de euros, miseráveis criaturas que se servem na incredulidade e iliteracia dos portugueses. Porra!
- Para aliviar a tensão que a algazarra dos políticos nos enerva e desmotiva, fui à piscina. Tive direito a uma faixa só para mim e em consequência demorei-me uma hora. Quando deixei à água, entrei nos balneários e o horror tomou conta de mim. Um punhado de velhos, nus, discutindo futebol enquanto tomavam duche, é espectáculo que não desejo ao meu maior inimigo. Nem à viúva do BE, nem ao Vasco Gonçalves, nem mesmo àquele que se pavoneia em Bruxelas, e muito menos ao cucurrucucu Sebastião Bugalho.