terça-feira, janeiro 14, 2025

Segunda, 14.

Sexta-feira fui ao encontro da minha excelentíssima médica de família e encontrei-a bem de aspecto, pele fresca e coadjuvada por uma rapariga debutante em medicina. Depois de um ano que deve ter sido difícil e culminou no nascimento de uma menina, a Dra. Vera Martins ouviu a ladainha do meu annus horribilis e pareceu-me surpreendida. Conversámos um pouco, porque hoje nos centros de saúde, embora os médicos não cobrem ao minuto como nos privados, o tempo é contado com o olho no número de doentes observados. É este hoje o sistema de saúde a que chegámos. À queixa no lombar direito, ela deu-me um medicamento que tive de negociar porque o objectivo era tomar seis por dia! Cortei a metade e cá vou melhorando. Os laboratórios querem ganhar tudo num só dia, a nós compete–nos sermos sages. 

         - E como vai a rebaldaria da política? Vai mal, muito mal como é de hábito. Sábado houve duas manifestações: do Chega e das esquerdas. Uma reclamava ordem e ataque aos estrangeiros que vivem ao Deus-dará e diz serem um perigo para a nação; outra defendia os migrantes que vivem em condições inumanas e só são gente quando convém aos partidos da extra-esquerda. No meio, como muito bem sublinhou Luís Montenegro, está ao PSD que faz o equilíbrio e quer pôr ordem na entrada daqueles que temos obrigação de criar condições de vida decentes para os receber. Quem acabou por ganhar influência, foi mais uma vez André Ventura. As esquerdas (desta vez vou incluir o PS), ainda não compreenderam que não é trazendo Ventura para a ribalta que o sacodem. O sábado terminou a dar razão ao deputado da extrema-direita, quando na famosa Rua do Benformoso, um grupo de estrangeiros se envolveu numa rija que a PSP pôs termo: dois foram conduzidos ao Hospital de São José com esfaqueamentos, outros à esquadra.  

         - Não pára de subir o número de mortos nos incêndios de Los Angeles. São já 25 aqueles que morreram e muitos os desaparecidos. Dizem os jornais que já ardeu uma área superior a 1,6 da cidade de Lisboa que atinge 100 quilómetros quadrados. O bairro de luxo de Pacific Palisades onde vivem artistas e ricaços, já partiu em chamas uns 10 mil hectares. E os ventos fortes que vieram instalar-se por ciclos, ameaçam ficar por mais uns dias. Como vai ser para os milhares que ficaram sem nada? Ainda por cima em breve governados por um homem que tem mais de monstro que de humano. 

         - Prometem-nos para hoje aqui, um grau centígrado. De facto, quando fui para pegar o carro e levar a pobre da Piedade casa, este só começou a trabalhar ao fim de várias tentativas. Piedade que veio chorar nos meus braços e tinha a tensão a 17, porque o neto, quando foi para abrir o restaurante onde enterrou todo o valor da venda do apartamento de ambos, um grupo de drogados atirou-se a ele e quase o desfaziam. Acabou no hospital com o rosto feito num carvão devido aos pontapés, um lenho de doze centímetros na cabeça, a cara irreconhecível. Lamenta agora o neto que não vai poder abrir nunca mais o restaurante por medo que eles o venham desfazer. 

         - Para que não digam que eu ataco a queque do BE assim sem mais nem menos, aqui está, a cores e sem que até agora tenha sido desmentida, a capa do Tal & Qual de há uns dias. Quando atriz, a deputada da extrema-esquerda, ganharia, talvez, menos de mil euros; depois como deputada subiu para cerca de quatro mil e agora eurodeputada ganha o que aqui se apresenta. Digam lá se não é tão bom entrar na política, ser de esquerda e lutar pelos imigrantes e pobrezinhos dos nosso infeliz país. Esta gente nunca me enganou.