domingo, junho 01, 2025

Domingo, 1 de junho.

Ontem, torpor absoluto. Deve ter sido devido à canícula que aqui se abateu e não me despegou da chaise longue todo o santo dia, mergulhado num sono quase ininterrupto, absoluta renúncia a fazer o que quer que fosse. Deitei-me com as galinhas e dormi, dormi que parecia ter feito essa opção para o resto dos meus dias. É certo que me desgosta a impossibilidade de trabalhar lá fora devido às dores lombares que não me largam. Ainda assim, sendo eu um lutador que nunca se rendeu, fraquejei a um ponto que me entristeceu. Daí que hoje tenha decidido levar a preceito o que me disse o Tó há tempos e empreendi a toma da medicação como ele me indicou. Porque, conheço-me, não ignoro quanto detesto medicamentos e tenho o hábito de adaptar a sua toma como melhor me parece. 

         - Nem leituras tenho feito e nessa letargia abri o livro de  Jean d´Ormesson onde sublinhei este parágrafo quando o li. “Après leur long triomphe, les dinossaures dispaissent d´un coup, il y a soixante-cinq millions d´années, dans une catástrofe cosmique due sans doute à la chute sur notre planète d´un asteroide meurtrier qui élimine les trois quarts de la vie sur notre Terre.” Cruzes! O autor, grande amante da Ciência, ocupou uma parte da sua vida a pensar a nossa existência. Muitos dos seus livros sendo époustouflant, não deixam de ser de uma precisão que nos encanta e eleva. 

         - O nosso militar parece compreender a utilidade da teia enquanto factor aglutinador. A surpresa de ter escolhido para seu director de campanha Rui Rio, é disso prova. Este, mais uma vez, esteve igual a si próprio ou antes esperou para espetar a farpa no momento oportuno. Que trapalhada vai por aí, desde que o “nosso povo” correu com os do costume!