Quinta, 26.
Sobra da bagunça na área da Educação, o caso da professora (sim, professora) Paula Pinto Correia. A docente leccionava Matemática há uma data de anos e foi impedida de o fazer quando se descobriu que não possuía diploma para tal. Pelo que julgo saber, os seus conhecimentos e aplicação nas aulas eram tais e tantos que participou, inclusive, na elaboração de manuais e livros sobre a matéria. Esta é a imagem de um Portugal mesquinho onde o que conta é o canudo e não o conhecimento. Era assim no tempo de Salazar, continua no tempo da democracia. Temos tantos “doutores” analfabetos e a pulhice de uns anula o saber de outros.
- O mundo mira-se a ver quem possui o armamento mais mortífero. Os conflitos e a ganância campeiam por todo o lado e ninguém nos garante que antes do fim do ano não tenhamos uma guerra à nossa porta. O corrupto e assassino Netanyahu abriu outra frente de guerra com o Líbano. Segunda-feira, Israel lançou um ataque feroz contra o Sul do vizinho do qual resultaram 500 mortos e 1600 feridos e um êxodo sem precedentes da população na direcção da Síria. EUA, França, Alemanha e alguns mais, choram lágrimas de crocodilo na ONU onde estão reunidos para estudar o assunto, mas nenhum deixa ou deixou de enviar toneladas de armas mortíferas para Israel. Este é o mundo onde nos encontramos – um sítio horrendo onde vidas humanas são carne para canhão como se dizia nas guerras de 18 e 39 do século passado.
- Estando sem carro, desloco-me de táxi. Ontem, o motorista que me trouxe de regresso a casa, não parou de enxovalhar António Costa e seus pupilos. Eu limitei-me a assinar de cruz tudo o que o homem irado dizia. Até porque a diferença de governação é já de tal modo clara que julgo não passar despercebida a nenhum português. No tempo daquele que se pirou para Bruxelas com a vidinha alimentada a honrarias e dinheiro à farta, cada ministro, qual banha da cobra, exibia-se todos os dias aos gritos estridentes nas televisões. Hoje, há recato, há estudo dos dossiers, não se fala por falar, expõe-se os assuntos com autoridade, não se embarca na loucura de uma imprensa tresloucada que vive do faits divers, ignorante, populista como ficou demostrado recentemente com os fogos.
- Chove, enfim! Ouço a chuva cair lá fora ante o prazer e satisfação das árvores tão necessitadas do que vem do céu. Este murmúrio brando, é música que me entra no salão onde estou sentado diante da lareira com o computador nos joelhos. O silêncio que estacionou por detrás da chuva, anda e ciranda em torno da casa e de vez em quando é tocado por um cativante vento, um silvo doce, ladainha estendida à varanda para curiosos ousados. Por mim recolho-me com as mãos cheias de palavras que vou alinhando da esquerda para a direita da página em branco. Estas e a chuva, formam uma harmonia que o silêncio insinuando-se fecha. Somos um todo nestes instantes supremos onde a magia impera e os minutos se espreguiçam.