Sexta, 16.
Não consigo dizer que não. Por isso, lá fui ontem ao seu encontro na Brasileira. António tinha chegado como sempre choroso, mais hipocondríaco que de costume. Disse-me de impulso: “Tenho um cancro na coluna vertebral, mais ou menos a meio das costas.” Sentou-se. Daí a instantes, devo ter um cancro neste ombro e nos ossos porque dói-me tudo. Mais adiante falava de um cancro na próstata, que estava com 5 de PSA e o médico falava em o operar. “A mim já só me interessa levar o máximo de telas para o Museu de Viseu”, dizia com mágoa onde parece ter um espaço com o seu nome. Pobre infeliz. Faz pena, mas creio que ele ainda nos há-de enterrar a todos.
- Lá estão eles, uma infinidade, vários países, chefiados pelos Estados Unidos, a falatar sobre um possível acordo que ponha fim à guerra em Gaza. Tanto tempo despendido numa manobra que não interessa a ninguém, posto que são os negócios da venda de armas que fiam mais fino.
- A Ucrânia, com o consentimento do Reino Unido, entrou, enfim, pelo território Russo adentro. Tomou uma vasta área a ponto de ter posto em suspenso o ditador Putin. Mas fê-lo com todo o direito, uma vez que o seu território foi invadido há dois anos e milhares de soldados foram mortos, cidades destruídas, hospitais e infantários bombardeados, civis liquidados.
- Luís Montenegro ufana-se com aquilo a que chama “suplemento extraordinário” aos pensionistas com pensões baixas. O anúncio não é mais que uma cópia das esmolas que António Costa inventou para iludir os pobres e se engrandecer. Vira o disco e toca o mesmo – eis o nosso triste destino.
- Não esperava aquele desfecho. Mário Cláudio, encerra o seu Diário Incontínuo, com a fotografia dele e dos seus queridos, velhos e de cabeças brancas. Corajoso homem.