sexta-feira, agosto 16, 2024

Sexta, 16.

Não consigo dizer que não. Por isso, lá fui ontem ao seu encontro na Brasileira. António tinha chegado como sempre choroso, mais hipocondríaco que de costume. Disse-me de impulso: “Tenho um cancro na coluna vertebral, mais ou menos a meio das costas.” Sentou-se. Daí a instantes, devo ter um cancro neste ombro e nos ossos porque dói-me tudo. Mais adiante falava de um cancro na próstata, que estava com 5 de PSA e o médico falava em o operar. “A mim já só me interessa levar o máximo de telas para o Museu de Viseu”, dizia com mágoa onde parece ter um espaço com o seu nome. Pobre infeliz. Faz pena, mas creio que ele ainda nos há-de enterrar a todos. 

         - Lá estão eles, uma infinidade, vários países, chefiados pelos Estados Unidos, a falatar sobre um possível acordo que ponha fim à guerra em Gaza. Tanto tempo despendido numa manobra que não interessa a ninguém, posto que são os negócios da venda de armas que fiam mais fino. 

         - A Ucrânia, com o consentimento do Reino Unido, entrou, enfim, pelo território Russo adentro. Tomou uma vasta área a ponto de ter posto em suspenso o ditador Putin. Mas fê-lo com todo o direito, uma vez que o seu território foi invadido há dois anos e milhares de soldados foram mortos, cidades destruídas, hospitais e infantários bombardeados, civis liquidados. 

         - Luís Montenegro ufana-se com aquilo a que chama “suplemento extraordinário” aos pensionistas com pensões baixas. O anúncio não é mais que uma cópia das esmolas que António Costa inventou para iludir os pobres e se engrandecer. Vira o disco e toca o mesmo – eis o nosso triste destino.  

         - Não esperava aquele desfecho. Mário Cláudio, encerra o seu Diário Incontínuo, com a fotografia dele e dos seus queridos, velhos e de cabeças brancas. Corajoso homem.