quarta-feira, março 26, 2025

Quarta, 26.

Luís Neves, o homem forte da Polícia Judiciária, disse que a instituição que dirige e os seus agentes e o povo português, deviam estar orgulhosos do trabalho desenvolvido na captura e apreensão de um submarino construído para transportar droga para a Península Ibéria e daqui para o resto da Europa, e pormenorizou “que foi a primeira vez que se conseguiu concretizar uma operação com estas características”. Se, sua excelência, necessita como se faz com as crianças do meu bravo aqui o tem (pena que não tenha um rebuçado). Contudo, o meu reconhecimento vai para as pessoas que trabalham até à exaustão, com salários de miséria, que nem dão para pagar um quarto, são exploradas até ao sabugo, sem que alguém as louve e proteja. 

         - Dito isto, ontem na Fnac, deparei-me com duas raparigas, uma delas teria doze, treze anos, em troca contínua, absorvendo de uma pequena lata qualquer substância narcótica. Entraram as duas no elevador e a mais nova não parava de ladrar. Minuto a minuto uau uau. Na rua, o espectáculo degradante prosseguiu. Elas tinham um aspecto de favela, e faziam pena porque estavam já dependentes do vício. Parece que meia Lisboa, estratos sociais misturados, vive naquela ou outra calamidade. 

         - Vai por aí uma grande indignação na forma como hoje em dia os ditos jornalistas falcatruam as notícias e as servem sob o seu ângulo partidário. Foi o que se passou, dia 24 de Março na RTP1. A estação paga por nós todos, convidou Paulo Raimundo para falar sobre as eleições legislativas. O dirigente do PCP aceitou convencido que era disso que iria ser entrevistado. Mas não foi. O “jornalista” e já agora “escritor”, senhor José Rodrigues dos Santos, fintou-o com perguntas sobre a guerra Rússia-Ucrânia, num tom de quase ameaça, aquele olhar e aquela voz falseteada (como ele diz) à BBC, carregadas de ódio. O homenzito, permite-se dizer e fazer tudo como se fosse director de informação e um “jornalista” acima de qualquer suspeita. Se ele a mim me fizesse tal desfeita, atirava-lhe com o microfone e saía do estúdio. 

         - Alguém com dois dedos de testa acredita no acordo de cessar-fogo saído dos encontros entre russos e americanos na Arábia Saudita? 

         - Findando o que disse do livro Quincas Borba, aqui deixo os dois últimos capítulos como resumo de um romance que aconselho aos meus leitores. 




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