segunda-feira, maio 13, 2024

Segunda, 13.

Terminei o romance de Valter Hugo Mãe, Deus na Escuridão. Que dizer quando há tanto para contar! Talvez estas palavras sejam suficientes juntas com a frase acima citada de Terêncio que eu poria em epígrafe: forte, belo, sensível e profundamente místico, uma espécie de fenómeno seno-onda. Este e o livro de Lídia Jorge, Misericórdia, são suficientes para nos redimir de todo o lixo que os editores insistem em produzir. Incentivo quem de direito a premiá-lo pela elevada qualidade e originalidade, e peço aos meus leitores que o comprem e leiam com o mesmo entusiasmo que eu tive quando a arte se eleva e elevando nos arrasta com ela para mundos puros de imaginação e beleza. 

         - Em época de auroras boreais, perto desta imponência literária, só os fenómenos cíclicos que a Natureza como os verdadeiros artistas sabe produzir. Esta foto foi tirada no Alentejo e extasia-nos pelo mistério que encerra e a beleza que veicula. 

         - Não me apetece acrescentar nada mais a este dia. Tudo o que possa anotar, é um péssimo e fedorento espécime dos dias que correm, da infelicidade que os enche, da mentira que os banha, da morte que anunciam. Silêncio, pois. Que regresse a vida na plenitude e magnificência enquanto obra divina.