sábado, maio 25, 2024

Sábado, 25.

Dia copioso de trabalho em várias frentes. Desde logo, pela manhã, retoma da roçaga da erva do lado das figueiras, montagem do cenário de verão no terraço, regas, leituras, cozinhar o almoço, encher a máquina e pôr a secar a roupa da semana que a Piedade passará ferro...  

         - Justamente a minha velha e querida empregada que por aqui anda há pelo menos trinta e cinco anos. Quero-lhe como se fosse membro da família. Quinta-feira, ela, vendo que passei a manhã toda às voltas (fui à estrada alcatroada buscar os empregados do Corte Inglês que trouxeram a mesa e a montaram; depois apareceu o Luís Correia a observar o estado da quinta e assim escolher a máquina que melhor convirá ao corte mato; logo a seguir veio o pedreiro para se inteirar do estado da piscina e apresentar orçamento), tudo isto num vai-e-vem sem paranço que levou a Piedade, gentilmente, a dizer que descansasse um pouco. O trabalho, sempre o trabalho enquanto bênção do céu. 

         - Espanha, Noruega e Irlanda juntaram-se a mais de duas dezenas de países pelo reconhecimento de um Estado Palestino independente. Portugal, como sempre, pequenino e mesquinho, montado em ideias perfeitamente idiotas, não quer “por enquanto” pôr-se ao lado dos países livres e democráticos que se insurgem contra o sofrimento e a pata de Israel. Netanyahu reagiu com novos e violentos bombardeamentos e as inevitáveis mortes de inocentes. 36 mil mortos, cidades inteiras devastadas, sofrimento e ódio q.b. e nada de conseguir trazer os infelizes nas mãos do Hamas. 

         - Almocei ontem com o João no Tascardoso. No passeio pedestre que nos levou a tomar o 727 no Rato, entrámos na livraria Navegante. Mostrei-lhe o livro de Manuel Alegre que eu já por diversas vezes o incentivei a ler, respondeu-me que por trás do meu entusiasmo não me devo esquecer Argélia. Como quem diz, esse período é a pedra no sapato que incomoda os comunistas.  Comprei o livro póstumo de Jean d´Ormesson, Un hosanna sans fin