sábado, dezembro 07, 2024

Sábado, 7.

Passei o dia colado à televisão, ao canal 2 francês, a assistir à inauguração de Notre-Dame de Paris ressuscitada das cinzas. O ano de 2019, foi um ano sinistro, não só pela invasão do SARS-COV2, como também pela destruição pelo fogo da célebre catedral. Nos anos que se seguiram, indo à capital francesa como é meu hábito há mais de trinta anos, percorri o imenso estaleiro de olhos tristes e coração confiante de que o prazo dado por Emmanuel Macron de cinco anos para erguer a edificação do século XII seria um feito. E foi. Os franceses quando se impõem, nada os obstrui. E mesmo do lado da fé, não conheço outro povo tão fervoroso e profundo como o francês, nem mesmo os polacos que são, portanto, reconhecidos católicos. O que assisto nas igrejas francesas, não observei nas polacas. Vi chegar os convidados de várias partes do mundo, e ao olhar o espectáculo de pompa e circunstância, com os seus 4 mil agentes de segurança a vigiá-los, pensei na insignificância daqueles andarilhos inchados face à dimensão da Casa de Deus. As imagens e os lugares, toda a île de la Cité, são para mim de tal modo familiares, que reconheci o dono de um dos restaurantes onde às vezes almoço, de outro bouquiniste com quem costumo conversar, para não falar de todo o grande espaço em torno do edifício gótico. Esta grande realização, foi obra de milhares de doadores de todo mundo – países, empresas, grandes capitalistas, muito povo anónimo - e o resultado foram cerca de 840 milhões de euros para o milagre da sua revivificação, dos quais sobraram uns 18% que serão aplicados na limpeza e restauro da fachada. Não vejo hora para visitar Notre-Dame dedicada à Virgem Maria. 

Eis uma curta viagem do que fui registando.






A Cruz milagrosamente intacta