Quarta, 9.
Os guardas da prisão de Vale de Judeus, seguidos pelos camaradas no seu conjunto, fizeram de uma falta gravíssima que foi a fuga dos quatro presos perigosos, uma vitória. Um deles foi caçado em Marrocos e logo um coro de agentes, levantou a bandeira da vitória: “Conseguimos, conseguimos!” Sim, conseguiram, mas ao fim de duas semanas e ainda assim sem capturarem os restantes. Melhor fora que fizessem como lhes compete e para o qual são pagos o seu trabalho diário, sem esquemas nem corrupção.
- Ouvi atentamente a entrevista de Luís Montenegro à SIC. Foi brilhante de precisão, de competência e, sobretudo, sem uma falta a resvalar para a propaganda que o seu antecessor tanto nos brindou. Vasco Gonçalves está entalado, vai ter que se abster na aprovação do OE2025.
- Parece que devo ser operado brevemente à catarata que me vai incomodando. Ontem estive no Gama Pinto quinze minutos (!!!) a fazer uma dioptria e tenho agendados para a próxima semana mais uns quantos exames no hospital de S. Lazaro. SNS a funcionar como deve ser. Obrigado, senhora ministra da Saúde.
- Dormi toda a noite até às oito da manhã. Não ouvi o vendaval e chuva farta que me dizem ter causado o pandemónio por todo o lado. Com efeito, olhando as imagens do telejornal da RTP1, são assustadoras as ocorrências. Por aqui, até onde os meus olhos alcançam, tudo permanece quedo e apenas “o vento anda e ciranda em torno da velha casa, grande e bela, a qual fora feita para eu morar nela” (cito de memória).
- Já aqui falei do programa que mantive durante cerca de quatro anos na Rádio Universidade. Pois, outro dia, dando arrumação à secção de poesia da minha biblioteca, deparei com este livro de Nelly Sachs que ganhara o Nobel em 1967. Com a minha equipa radiofónica rumei a Coimbra, à Cumeada, onde morava o ilustre tradutor e professor, Paulo Quintela. Dessa tarde inolvidável, guardo lembrança e esta nota da minha presença em sua casa.
![]() |
