Segunda, 8.
Que grande trapalhada em que a França se meteu. Dá que pensar no que se transformou a Democracia às mãos desta classe política, capaz de tudo e do seu contrário, para chegar ao poder. A manta de retalhos com o chefe Mélenchon ao comando, é disso a prova provada. Tantos pequenos partidos que eu nem imaginava haver, surgiram de todos os cantos para se associarem num projecto sem consistência, sem credibilidade, nem ideologia. A decadência da Europa que muitos sociólogos afirmam ser manifesta, é o facto mais demonstrativo do que aconteceu ontem. A França e a UE, precisam de alguém enxertado da honorabilidade de De Gaulle. O que temos é uma corja de alienados, de gente reles, egoísta, vaidosa, gananciosa e vulgar. Este bando ao lado da dignidade dos ingleses e do seu sistema, que foram a votos também, é gentalha em quem não devemos confiar. Putin ou outro qualquer ditador, tem o terreno preparado para se instalar. Melhor não há. Ou antes, há Edgar Morin, com 102 anos, outro dia ao Libération: “Estamos numa época na qual o triunfo da ilusão e da mentira é uma grande derrota para a França, a Europa e a humanidade. Chegou a hora de uma nova resistência.” Ele que observou “des communistes devenir fascistes, des royalistes devenir communistes». Meu caro filósofo, aperte aí a mão, eu já vi pior.
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Edgar Morin, centenário. Foto do Libération |