Quinta, 14.
As memórias de Alexei Navalny lêem-se com sofreguidão. Nem uma semana tem que comprei Patriota e já devorei metade do livro. É uma autobiografia que conta a luta do ativista pelos direitos humanos e, simultaneamente, a história da URSS e depois a Rússia de Putin herdada do alcoólico Yeltsin. Escrito nas prisões por onde o autor passou antes e logo a seguir ao envenenamento e recuperação num hospital na Alemanha, por obra da senhora Merkel, bendita seja, as suas páginas estão cheias da juventude que acredita na palavra enquanto força de atracção da verdade e movimento das ideias que conduzem à liberdade. Quando recordo aquilo que militantes comunistas me diziam à cerca do eldorado que se espraiava pelo vasto território da URSS, com o centro em Moscovo, gente naturalmente que nunca daqui tinha saído e confiava nas verdades da intelectualidade da altura, homens sombrios, dedos manchados do tabaco, tristes, cofiando os bigodes no abandono abominável de quem não vive no reino da luz dos povos governados por aquele trio sinistro: Lenine, Estaline, Kruschev. Ainda hoje escuto dos que se dizem comunistas, a sombra de palavreado que ignora a verdade ou pretende tomar o todo por partes, como, por exemplo, tudo é política, luta de classes e quejandos, que escondem ou realçam as mentiras que armadilham sob o pretexto da luta de classes. No tempo daqueles senhores, tudo tinha de ser explicado em termos de luta de classes, desde que eles estivesse excluídos de enxame do povo pobre, às ordens dos ditadores, onde a corrupção imperava por todo o lado e a miséria era tanta a par da escravidão em que vivia o povo da URSS, que ainda hoje reina sob a batuta do homem que se galardoou para mais não sei quantos anos à frente dos destinos de 270 milhões de almas. O poder é e sempre foi “a vaca leiteira” que seduz em carrossel toda e elite russa hoje chamada oligarcas. À medida que vá avançando, aqui voltarei para criar a curiosidade e o prazer aos meus leitores em descobrirem as mentiras que sempre foram apanágio dos governantes soviéticos e hoje estão arreigadas num só homem: Vladimir Putin.
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Indispensável |
- Ontem, não parei em andanças por toda a cidade. Quando, enfim, me acomodei no Fertagus para retorno à minha santa terrinha de adopção, encontrei o resultado: 6,5 km percorridos; 8 pisos palmilhados; 8951 passos andados; 7,55 horas de sono. Nada mau.
- Hoje entrecortei o dia com leituras, uma insistência com Ana Boavida que me rejeitou logo às primeiras palavras, e uma ida à piscina para meia hora de natação. Tempo que nos ameaçaram chuvoso e apenas deitou umas comoventes lágrimas.