Segunda, 19.
Um táxi vem-me buscar a casa, outro me devolverá às origens. Tem sido assim e assim continuará até ao regresso do Skoda. Na Brasileira empatei o tempo num esforço por alinhar meia dúzia de linhas. Dali fui almoçar ao Celeiro e depois ao Corte Inglês onde me encontro ao abrigo do calor depois de pagar a conta do mês passado. Estou com pouco para comer em casa, na sequência de uma semana sem compras no super ou alhures. Os meus vizinhos que se constituíram em meus anjos da guarda, nenhum apareceu a saber se preciso de alguma coisa. O que me vale é que tenho arcabouço para arcar com este pequeno incómodo. No meio deste petit monde egoísta, os filhos mesmo que me digam que não é com eles que contarão na velhice, obcecam-nos. Já agora, pela minha experiência, não são os solteiros e os solitários os mais egocêntricos, são os casados enrolados numa espécie de felicidade forjada que esconde a desgraça da retaguarda.
- A mim quer-me parecer que os barões das infra-estruturas, andam a sabotar as vias férreas da Fertagus. O comboio, volta que não volta, pára por causa de “problemas” no caminho.
- Os incêndios não nos largam. Na Madeira, desde quarta-feira, que lavram montanha acima, montanha abaixo, deixando as populações em sobressalto. E até no museu histórico Somerset House, no centro de Londres, o fogo entrou pelo telhado. Nele se guardam as colecções Arte Courtauld e a coleção Gilbert de Artes Decorativas. O célebre monumento, do séc. XVIII, é sede da Real Sociedade de Literatura britânica. Eu, quando estive em Londres, cada vez que atravessava o Tamisa, passava diante da sua magistral fachada neoclássica.