Terça, 24.
Não tendo parado nestes últimos tempos, recusei sair de casa hoje. Muito embora leve sempre comigo o croché, e nele trabalhe entre dois encontros, duas viagens, duas idas aqui e acolá, a realidade é que os afazeres próprios de um caseiro solicitam-no a olhar também para o que se passa aqui. E não é pouco. Além de que sou igualmente dono de casa (dito idiota), e este facto diz muito da balbúrdia que aqui vai. Então, reclusão absoluta. Deixa as multidões derreterem o pouco que ganham e lhes é furtado pela sociedade de consumo, que se apropriou de uma data como quem faz um assalto à bolsa do incauto.
- Apareceu uma “carta aberta” divulgada anteontem pelo Público, que deve ter sido orquestrada por aquela figura, “ex-ministro de propaganda de José Sócrates”, chamada Augusto Santos Silva. A assombradora figura, hoje limitada a “personalidade”, insurge-se contra o que aconteceu no Martim Moniz e aos seus queridos imigrantes cuja dor se lhe expõe hoje ante a acção da polícia no Martim Moniz; quando ontem apoiou a sua entrada diretamente para a rua, sem qualquer abrigo, desumana e completamente entregue ao abuso e à escravidão. António Costa, o seu grande amigo, desorganizou o país e o que Luís Montenegro hoje tenta fazer, é dar bases sólidas para que Portugal volte a ser um país civilizado, onde todos os que queiram nele viver e trabalhar, se sintam seguros e dignamente respeitados... mas com regras e deveres. Não é o primeiro-ministro que dá ordens à Polícia como deve actuar, porque não vivemos na Rússia de Putin, na China de Xi Xinping ping, ping, na Coreia do Norte de Kim Jong-un, ou noutro qualquer país africano dos sobas radicais. É certo que temos uma esquerda pateta, mas isso não lhes dá direito a organizarem e a instrumentalizarem a opinião pública. Tenho dito.