Sábado, 21.
Claro que é lamentável aquela cena de pôr os imigrantes em fila, voltados para a parede, mãos no ar, enquanto agentes armados os revistavam. Aconteceu ontem, em Lisboa, na Rua do Benformoso, para os lados do Martim Moniz, poiso de muitos cidadãos vindos dos quatro cantos do mundo. Bem entendido, tanta acumulação de gente, não é obra deste ano. Pelo contrário, entraram sem rei-nem-roque nos últimos anos de governação socialista António Costa e por isso as esquerdas se insurgiram com tanto ardor. Criminosos foi esta gente que, montada nas ideologias, deixou entrar tudo e todos para os abandonar à sua sorte. Lisboa e Porto, oferecem uma imagem triste de centenas e centenas de sem-abrigo, vivendo ao Deus dará, cheios de fome e frio, sem horizontes e frustrados nos seus objectivos de uma vida melhor. Eu não tenho ilusões: ao BE, Livre, e à senhora dos cãezinhos (o PCP é mais sóbrio, mais organizado de ideias e menos impositivo nestas como noutras questões), o que lhes interessa é andar à tona, utilizar o protesto como forma de se fazer ouvir e com isso conseguirem umas quantas linhas nos jornais e presenças breves nos telejornais. As pessoas, portugueses ou estrangeiros, são o capacho para se fazerem respeitar. São residuais nos votos, mas falam e impõem-se como se tivessem a maioria.
- Quarta-feira reunimo-nos no Brasuca para o almoço de Natal. Obra do João que adora reuniões, almoços, botar discurso e defender os seus ideais quando encontra multidão propícia. Não foi o caso desta vez; pelo que me foi dado observar, só o maestro Vitorino de Almeida se prestou a escutá-lo. O convívio foi excelente e para mim revigorado com a presença do meu amigo Guilherme Parente há muito afastado por doença. Com os demais, vou estando regularmente, telefonamo-nos, estamos a par das alegrias e tristeza da velhice e o tempo que vier será à imagem desta foto que nos imortaliza.