domingo, dezembro 15, 2024

Domingo, 15.

Quantos são os iluminados que se perfilam à Presidência da República? Vejamos: Mário Centeno, almirante Gouveia e Melo, André Ventura, Santana Flope, Sampaio da Nóvoa, Marques Mendes, António José Seguro, Ana Gomes, Paulo Portas,  Augusto Santos Silva, Rui Rio, e, talvez, Paulo Raimundo. Até agora nada menos que 12!!! Num país tão pequeno, grande, contudo, em cidadãos generosos, altruístas, honestos, sem ponta que se lhe pegue de desonestidade, gente que ama a Pátria e os portugueses, detesta a riqueza pessoal e as mordomias, odeia as televisões e o populismo, vive preocupada apenas com o país, a sua pobreza, o seu pouco desenvolvimento, a sua cultura, o direito ao ensino e à saúde, a uma vida digna, esbatido o fosso entre ricos e pobres. Este batalhão de préstimos, é todo ele um louvor à Lusalândia, são políticos e comentadores, formados na coisa do futebol, das televisões, na economia, nas finanças, nas redes partidárias, vivem numa caldeirada de palavras ocas, mas acham-se indispensáveis a levantar a nação da cova onde que eles próprios a sepultaram. 

        - Folgo por saber que o Prémio Pessoa foi atribuído a Luís Tinoco. Nunca tive a sensação de que o galardão cumpriu a missão que lhe foi outorgada, como este ano. 

         - Macron tirou da cartola o nome de François Bayrou. A ver vamos quantas semanas o centrista a quem reconheço algum mérito, vai durar como primeiro-ministro de uma França dividida, desorganizada, falida, imprópria para ser governada. 

         - A Síria levanta-se como pode. O homem forte do momento, Mohammed al-Jolani, líder do grupo islamita Hayat Tahriral-Sham, parece um homem cordato, com ar lavado apesar das barbas negras, elegante até se tivermos em vista os padrões do sítio. É ele que vai tentar organizar o país, enquanto Netanyahu o bombardeia todos os dias. Antes ele era tido por rebelde islamita, agora mesmo os EUA querem dialogar com ele. É quase sempre assim. As imagens que nos chegam, dão prova de um país em festa, a lembrar o nosso 25 de Abril de 1974; enquanto se descobre o submundo das prisões de um desumanismo revoltante, fossas com cadáveres, pocilgas de tortura, onde o déspota Bashar al-Assad mantinha os adversários. O seu irmão, esse, dedicava-se à droga com um autêntico alambique de maquinaria onde produzia os comprimidos que exportava e rendiam fabulosas fortunas. Julgo haver naquilo tudo uma certa coerência que o tempo dirá se tem raízes. Em tão poucos dias, depois de duas gerações de donos da Síria, pai e filho, poder já haver um primeiro-ministro diz muito da capacidade que os “rebeldes” possuem em termos de organização. O tirano está ao lado do outro tirano. Diz-me com quem andas, direi quem és.